Crítica - Quarteto Fantástico: Primeiros Passos (The Fantastic Four: First Steps, 2025)
A Marvel finalmente trazendo sua visão à base de seu universo.
Ah, o Quarteto Fantástico... Bons tempos de infância vendo aqueles filmes bregas da Sessão da Tarde que envelheceram mal, mas que tinham um elenco carismático (ao menos o Chris Evans). Mas, falar sobre isso é só um resumo do que é o Quarteto Fantástico e o que ele significa para a Marvel. Graças ao Quarteto, a Marvel renasceu das sombras e estabeleceu um lugar na Era de Prata dos Quadrinhos. Enquanto a DC estava desde 1959 restabelecendo seu universo e dando uma nova roupagem a grandes personagens, unindo todos eles e criando a Liga da Justiça em 1960, a Marvel decidiu ir atrás e tentar buscar algo similar na editora. Assim, em 1961, Jack Kirby criou a Primeira Família da Marvel. A partir daí, tudo foi se desenrolando, foi a base de todo um universo, vários personagens foram apresentados no título enquanto eles também davam as caras em outros títulos, incluindo o Homem-Aranha, onde eles aparecem em metade das primeiras histórias do cabeça-de-teia. Como era um dos maiores títulos da editora, eles tiveram que vender os direitos para escapar da falência, assim como X-Men, Homem-Aranha e outros. Com isso, nunca tivemos uma boa adaptação de fato. Tivemos uma produzida pelo Roger Corman nos anos 90, que foi feita para jamais ser lançada e que só existe hoje porque vazaram. Depois nos anos 2000, com direção do Tim Story e um elenco carismático, mas que não eram bons filmes, que não conseguem se sustentar apenas na nostalgia. E, posteriormente, o catastrófico filme de Josh Trank em 2015, que praticamente enterrou as chances de um novo filme da família fora do MCU. Agora, com os direitos de volta à nave-mãe, eram duas opções: ou era a salvação da equipe, ou era a comprovação de que o Quarteto jamais daria certo em live action. E bom, a resposta vocês vão descobrir ao longo do texto.
Em um universo alternativo à Linha do Tempo Sagrada, na Terra 828, somos apresentados ao Quarteto Fantástico. Quatro cientistas que foram ao espaço e ganharam poderes em uma tempestade cósmica, tornando-se os novos heróis da Terra. Reed Richards (Pedro Pascal), o cientista mais brilhante do mundo, o Sr. Fantástico. Sue Storm (Vanessa Kirby), sua esposa, a Mulher Invisível. O irmão dela, Johnny Storm (Joseph Quinn), um jovem descolado e que faz sucesso com as mulheres, o Tocha Humana. E, por fim, Ben Grimm (Ebon Moss-Bachrach), o Coisa. O Quarteto é uma marca, são os grandes protetores da Terra e grandes celebridades. Porém, são testados ao seu máximo quando a Terra entra na mira de Galactus (Ralph Ineson), o devorador de mundos. Com isso rolando, somado ao fato de Sue estar grávida, o Quarteto precisará testar os seus limites para salvar a Terra antes que seu mundo chegue ao fim. Depois de anos e anos tentando, literalmente estamos na quarta tentativa de adaptação da Primeira Família, quis o destino (com o perdão do trocadilho) que fosse justamente a quarta vez, a melhor versão da equipe nos cinemas. Mas, o que isso significa, exatamente? Já que as demais versões não são lá grandes coisas.
A direção é de Matt Shakman, que trabalhou anteriormente na Marvel na série "WandaVision", e lá ele ensaiou nos primeiros episódios uma estética retrô, voltando para várias épocas do estilo de vida americano, e aqui a Marvel decidiu inovar e fazer algo realmente diferente dentro do MCU, que é situar em uma Terra paralela e trazer todo um novo mundo diferente, se aproximando à essência das histórias dos quadrinhos clássicos de Jack Kirby dos anos 60 (e que fique claro, Jack Kirby é o criador do Quarteto Fantástico, Stan Lee é um babaca aproveitador). O Quarteto Fantástico representa muita coisa para a Marvel, é a base de todo o universo, eles foram os primeiros da reestruturação da editora nos anos 60, que eventualmente levou a todos os outros grandes personagens da editora que conhecemos e amamos hoje em dia. Então, agora que os direitos voltaram para a Marvel, era obrigação deles que fizessem direito, que eles mostrassem ao mundo o porquê os seus fãs devem amar essa equipe e o que ela significa, e bom, acho que esse é um dos grandes primores do longa por aqui.
O filme começa apresentando os personagens e aí já vem meu primeiro elogio, mas também minha primeira reclamação. Eu adoro como o filme se inicia, numa conversa tranquila entre Reed e Sue, com eles falando sobre a relação deles e a descoberta da vinda de seu filho. Após isso, para mim vem algo que eu achei sensacional, que é apresentar esses personagens através de uma vinheta de um programa televisivo dentro do filme, é a coisa mais anos 60 possível e a estética toda da montagem é muito boa. É praticamente perfeito, como deveria ser mesmo à essa altura do universo, pois mostra rapidamente a origem, a personalidade de cada um dos personagens, as ameaças que eles enfrentaram, o quão grandes eles são naquele mundo, o que eles significam para aquele mundo, isso foi verdadeiramente perfeito para cá. No entanto, o filme entende que isso é suficiente, e parte desse princípio para iniciar a história de um certo ponto que claramente não é o início, então você pega uma carona no meio da viagem e fica com a sensação de que está perdendo algo, tornando-se um pouco complicado para se apegar a esses personagens, demora para chegar a um ponto onde você já se importa com eles, acho que nesse início precisava de uma lapidação melhor dos quatro.
Shakman acerta muito no tom familiar que existe entre a equipe, pois eles representam isso: família. Nos demais filmes existia algo muito tático e especial em torno deles, aqui o grande acerto é fazer da interação deles algo mais palpável, como se fosse uma relação familiar saudável mesmo, daquela família que mora junto, que faz as refeições junto, que trabalham em áreas parecidas, que são unidos e que podem contar uns com os outros sempre. Acho que esse é o acerto logo de cara, é genuíno, pois você olha a Sue e o Reed interagindo e eles são um casal, e a Sue interagindo com o Johnny e eles são irmãos, o Johnny é cunhado do Reed, o Reed é melhor amigo do Ben, como em todo o momento eles vão estar apoiando um ao outro, ajudando um ao outro, pensando muito mais no coletivo que eles são do que no individual de cada um, esse ponto é muito bem encaixado já de cara, eu fiquei genuinamente feliz com isso, é a mesma coisa que eu pensei vendo o Superman colorido salvando esquilo: era realmente tão difícil fazer assim? Não falo nem da questão estética, que já já eu chego nessa parte, mas se os outros filmes da equipe buscassem essa relação mais centrada na família, acho que não demoraria tanto para um acerto de uma adaptação.
Outra coisa que eu gostei é da coragem de ser quadrinhos, de ser Era de Prata, de ser realmente bobo, mas bobo num sentido bom. Existem decisões que remetem ao fantástico (sem piadoca), que trazem o sentimento extraordinário da criatividade que os velhos quadrinistas tiveram lá nos anos 60. Tem o Fantasticarro voando, tem o H.E.R.B.I.E., o robozinho ajudante da equipe, tem o Edifício Baxter com toda uma estética quadrinesca, que se adapta bem às funções de ser um QG de uma equipe de super-heróis e a casa aconchegante de uma família. Essa reconstrução dos anos 60, calcada numa estética retrofuturista, é perfeita para o que é o Quarteto, já que era isso que o Jack Kirby tinha na mente quando desenhou os primeiros passos do time na época, era esse tipo de coisa que ele adoraria ter visto se ainda estivesse entre nós (o grande gênio da história por trás da Marvel, Stan Lee nunca será). As cenas do Quarteto lutando na montagem de apresentação, remetendo a capa da primeira aparição deles, meu irmão, eu me arrepiei todo no cinema vendo que eles estavam respeitando tanto não só os personagens, como a memória do Kirby, que a partir daquele momento eu já estava vendido no que o filme fosse me apresentar dali para frente.
Uma boa decisão também foi fugir um pouco da fórmula e apostar em coisas mais diferentes ao longo do filme, dando uma vibe diversificada para cá, que já havia naturalmente, mas consegue fazer com que você esqueça de vez em quando que é um filme do MCU. Isso se dá porque eles decidem focar mais no lado sci-fi da coisa, de explorar o lado científico da história. Tem toda uma parte espacial muito interessante, como eles exploram esse lado cósmico, colocam os personagens mexendo com várias tecnologias que eles desenham e criam, e eu achei fascinante toda a sequência de final de primeiro ato/início do segundo ato, que é toda calcada nessa questão da ficção científica, a cena do buraco de minhoca e posteriormente a do buraco negro, meu mano, essas aí são as cenas mais fantásticas de todo o filme. Mas, é claro, ainda é um filme do MCU, e obviamente temos de ter setpieces de ação e temos duas grandes, talvez as únicas duas de fato se parar para analisar, e elas são excelentes. A perseguição no espaço no segundo ato é uma das melhores cenas do ano até agora, a direção é absurda e o sentimento de urgência não falha em momento algum, mostra a interação dos quatro como equipe em uma situação extremamente complicada onde eles todos tem de agir para dar certo. E há uma batalha final, que é muito boa no uso de poderes dos personagens, eu achei sensacional como eles conseguiram dar função aos quatro nessa batalha e elevar a potência do que já havíamos visto deles anteriormente.
Nessa estética retrofuturista dos anos 60, nesse foco no sci-fi, preciso falar da parte técnica, pois é um grande destaque por aqui e me surpreendeu que a Marvel conseguiu fazer em tão pouco tempo efeitos tão bons e que não me fizessem ter vontade de arrancar meus olhos que nem estavam lá naquela época bizarra do pós-pandemia. Ainda tem um erro de CGI que eu considero bizarro, que beira o vale da estranheza, não chega lá, mas esse bebê de CGI é horroroso, cara. Tem momentos que é bom e que me fizeram questionar se é um bebê de verdade ou se era computação, mas quando é nitído que é CG, aí destoa totalmente do resto, fica claro o bonecão porque as cores simplesmente estão numa paleta e num filtro incoerente com todo o resto. Mas eu gostei dos demais efeitos, o do Coisa está muito bom, muito melhor do que no trailer, a interação dele com os demais personagens é palpável, a parte espacial é toda sensacional nesse quesito. A direção de arte materializa o que Jack Kirby tinha na sua cabeça quando escrevia as histórias do Quarteto, é realmente fascinante como eles constroem esse mundo novo em todos os mínimos detalhes, e esses mínimos tornam-se macros, pois dá para notar o capricho e o carinho que os envolvidos tinham com o projeto, ou melhor, com a essência das histórias. Todos os cenários são ótimos, todos são um remetente perfeito dos anos 60 mesclado com essa visão da ficção cientifica, que atinge a maestria nos minímos detalhes.
Achei os uniformes bem qualquer coisa (também sem piadoca), mas curti muito como a época é reconstruída através dos figurinos e dos penteados de toda a população, realmente o longa te joga num mundo novo e você vai sendo engolido aos poucos por ele. Outro destaque nessa parte é o de trilha sonora, porque o Michael Giacchino conseguiu entregar um novo tema icônico do MCU, que foge muito do genérico do estúdio e traz personalidade ao longa, que traz uma exclusividade e uma grandiosidade ao todo para esses personagens, remetendo muito bem a como eles são vistos dentro de sua Terra. Sem contar que o "FAN-TAS-TIC-FOOOOUUURR" é chiclete e eu estou há horas com essa desgraça na minha cabeça. Mas toda a trilha é sensacional, claro que o tema principal é o grande destaque, seja pela divulgação e pela repetição durante todo o longa, mas tem vários temas que são muito bons, já que todos conseguem colaborar para uma estética única que cria essa atmosfera de você ser quase teletransportado para um universo alternativo. Acaba que o triste disso tudo é o de sempre: diretor limitado pela Marvel. Nitidamente tinha muito mais coisa dentro do filme, mas que foi removida, pois é um longa que apesar de eu estar elogiando bastante, de ter gostado bastante, também teve bastante coisa que me incomodou.
Não, o uso da palavra "coisa" no último parágrafo não é atoa, pois o arco do Coisa nesse filme é horrível. Irmão, essa é a maior prova que existe sim mais material que foi removido, já que tem toda uma construção dele com a Natasha Lyonne como par romântico, dele saindo por aí nas ruas e interagindo com as pessoas, brincando com as crianças (isso é legal), mas esse negócio do relacionamento é bizarro, porque foram três cenas, ele só interage com ela em duas e eu acho que o nome da personagem sequer é dito no filme, se foi, é porque não faz diferença alguma, já que esse relacionamento dos dois não faz o mínimo de sentido. Se o Coisa estivesse só jogado lá, seria um problema também, mas eu acho que eles se arriscarem fazer um arco ridículo que não tem absolutamente nada é muito pior, ainda desperdiçando uma ótima atriz que está em alta. O Coisa está totalmente perdido, acho que se perdem grandes dramas do personagem por aqui, dilemas que o tornariam mais interessante, e ele é só o cozinheiro e motorista do grupo, é praticamente um mordomo. A interação dele com o Reed até que funciona, ele interage bem com os demais também, mas honestamente não acho que o Ebon Moss-Bachrach combinou com o personagem, a voz dele não é uma que eu consigo comprar nessa figura e ele também não aparenta estar com muita vontade não, tanto no filme quanto nas entrevistas.
Outro problema que eu considero é no aproveitamento de personagens secundários, o que não incomodaria, mas eles tentam dar um papel narrativo a alguns deles e fica muito ruim. O Franklin Richards é um bebê, de CGI, é o macguffin do filme, ele está lá, claramente tem poderes, mas eu sinto que faltou o filme explicar isso, faltou alguma reação maior a isso por parte do Quarteto, acho que essa parte deveria ter mais exploração. Também tem o Paul Walter Hauser, que interpreta o Homem-Toupeira, vilão esquisito, porém antigo da equipe, que é outra referência que "Os Incríveis" pegou do Quarteto (inclusive esse filme aqui pega de volta muita coisa dos Incríveis também), e o ator é muito bom, mas muito pouco tempo de tela, muito mesmo, ainda tentam dar uma função narrativa para ele no final que honestamente não muda em nada a trama do filme, nem eu sei o porquê de estar lá, não dá para pensar numa justificativa. E eu gostei dos vilões, mas não curti o quanto eles aparecerem. A Surfista Prateada da Julia Garner é excelente, ela tem um arco no filme bem interessante, a interação dela com o Johnny é muito boa, mas, ela fica sumindo e voltando várias vezes e nisso acaba que se perde um pouco. Agora, o Galactus eu já não esperava muito, profundidade no Galactus é esperar demais também, a motivação dele é coerente, a voz do ator é PERFEITA, ele traz uma boa ameaça mesmo sem aparecer, sem contar um sonho nerd realizado, que é ver de fato o Galactus em cena, eu estava desacreditado mesmo vendo na minha frente. Agora, eu acho que poderia ter mais, a resolução dele eu creio que foi muito apressada, eu queria ter visto um pouco mais dele, nem que fosse só sentado e falando.
Dos demais personagens, não tenho muito a reclamar. Eu reclamei durante um tempão dessa escalação do Pedro Pascal como Reed Richards, não combina com o personagem, e bom, eu ainda acredito que realmente não é o Sr. Fantástico ideal, mas ele conseguiu ser competente e entregar algo acima da média. Ele traz bem o lado nerd do personagem, de ser um cientista, que vive e morre pela ciência, que trairia a sua esposa com cálculos e fórmulas, eu achei bem interessante como fizeram isso, mas ele também faz bem o papel de pai (de novo) e de marido, ele consegue entregar bem dramaticamente o que foi requisitado para ele, ele foi lá e passou de ano. Não é um casting que me agrada ainda, eu acho muito fraco comparado aos outros, abaixo, mas como o Coisa nesse filme é uma ameba em 98% do tempo, eu acabei dando mais valor ao trabalho do Pascal e foi bem, tenho que dar o braço a torcer. Gosto muito dele mais do meio para o final, especialmente o epílogo, onde ali ele traz uma carga dramática bem interessante. Mas, mesmo assim, de vez em quando é difícil destoar o personagem do ator, eu olho para ele e vejo o Pedro Pascal, não o Reed Richards.
Agora, isso é diferente quando se trata da Sue Storm da Vanessa Kirby, que esse sim é um casting absurdo de bom que funcionou perfeitamente. A Marvel tem alguma coisa que eles tomam para escalar excelentes atrizes para papéis femininos, que deu certo com Scarlett Johansson, Florence Pugh e agora a Vanessa Kirby, que tem uma performance verdadeiramente arrebatadora. O melhor de tudo aqui é: finalmente ela não é só a loira burra que é casada com o ricasso inteligente, ela é de fato uma mulher brabíssima, que é a representante do Quarteto, que é uma boa esposa, uma boa irmã, uma boa amiga, que tenta converter isso para ser uma ótima mãe e consegue, ela tem um discurso sobre maternidade e como conciliar isso com a proteção do planeta e ela arrebenta. Ela é carismática, tem boas tiradas quando necessário, ela manda muito bem nas situações mais diferentes, tem uma em específico que ela é um absurdo de boa, que é no meio de uma cena de ação, onde você consegue entender perfeitamente a situação que ela se encontra e o quão complexa ela acaba sendo e como a atriz entrega tanto sentimento numa cena só. Ela foi sensacional, que baita ano para as protagonistas femininas da Marvel.
Por fim, eu gostei bastante do Joseph Quinn como Johnny Storm, ele encaixou como uma luva no papel. Ele traz muito bem esse alívio cômico, o tom dele mais sarcástico, provocador, como ele instiga o Ben em vários momentos, como já tinha no trailer. Deu polêmica uma informação de que ele não seria mulherengo que nem como nos quadrinhos e bom, ele é, mas isso não é tão explorado no filme, e eu consigo compreender, pois realmente não cabia com essa trama em especifico, onde ele mal interage com mulheres que não sejam a irmã dele, e a única que ele tem uma interação maior, que é a Surfista Prateada, ele fica dando encima dela várias vezes, então acho que isso não é um problema de fato, é uma adaptação que funciona dentro da proposta. Ele também demonstra ser um cara muito inteligente, que tem as próprias convicções, algumas coisas que só ele percebe, e também um espírito mais maduro do personagem do que estamos acostumados, mas que combina bem com a versão que a gente vê dele aqui, já que não perde o carisma, o tom, a sagacidade e a malandragem clássica dele. Ele é o que melhor combina com os demais personagens do Quarteto, a interação dele com todos acaba elevando mutuamente tanto ele quanto os demais, e eu gostei da interação dele com a Surfista, porque realmente traz o lado mulherengo, mas também prova a inteligência e esperteza dele aqui. Ele foi meu favorito, provavelmente.
Quebrando um pouco a maldição da montanha-russa que a Marvel vem vivendo no pós-Ultimato e sendo o segundo filme bom em sequência, "Quarteto Fantástico: Primeiros Passos" volta aos bons tempos do MCU e entrega um filme divertido, instigante, fascinante e que empolga para o futuro. Tem muitos problemas? Tem, tem coisas que realmente põem o filme para baixo. Mas, eu confesso que foi muito melhor do que eu esperava. Eu achava que ia ser uma bomba, que isso não ia prestar, e fui positivamente surpreendido, pois é um filme que não tem vergonha de ser diferente, de trazer algo mais clássico, uma estética diferenciada que traz os quadrinhos para a tela com maestria, como se fosse o Jack Kirby arquitetando de onde ele quer que ele esteja cada quadro que compõe uma revista do Quarteto para fazer o filme, é uma história que é a cara das HQs e que soa quase como um sonho realizado. Vanessa Kirby e Joseph Quinn foram incríveis, Pedro Pascal foi competente e Ebon Moss-Bachrach foi... pago, eu espero. Uma trilha sensacional, uma estética retrofuturista sensacional, detalhes pequenos que criam algo maior do que parece. Tem muitos problemas, mas muitos mais acertos, finalmente a Marvel empolgou e engatou uma sequência, um belo início da Fase 6 e o mesmo hype da época de Guerra Infinita começa a tomar forma de novo.
Nota - 7,0/10