Crítica - O Incrível Hulk (The Incredible Hulk, 2008)

Convenhamos: se esse filme não fizesse parte do MCU, ninguém lembraria de sua existência.

Depois do bem marcante, bem divertido e bem sucedido tanto com público quanto com crítica, o "Homem de Ferro" (2008), que iniciou essa era da Marvel nos cinemas, temos o segundo filme desse universo, entretanto é diferente do anterior, pois esse aqui é bastante esquecível e maçante. Sendo sincero, eu vi poucas vezes, na real eu acho que só vi uma vez, não me dá vontade de rever, eu literalmente vi o filme agora pouco e lembro de pouca coisa que aconteceu, para mim isso aqui é a materialização da palavra "esquecível", tanto que ele só é lembrado por fazer parte do MCU, se não ele já teria caído no limbo há muito tempo.

O diretor se chama Louis Leterrier e você com certeza já viu uns três filmes e não lembra, ele é conhecido por dirigir ação e esse foi o primeiro filme dele envolvendo elementos de ficção científica e fantasia, além de também ser o que mais envolve efeitos visuais e computação gráfica e acaba que ele não controla bem, ele não tem uma mão firme, o que acontece é que aqui sempre tem o mesmo estilo de drama, com qualquer coisinha besta sendo colocada em câmera lenta e é literalmente em qualquer ceninha aleatória (tem uma cena de câmera lenta da Liv Tyler andando). Ele não sabe trabalhar bem a carga dramática, os relacionamentos do Bruce Banner (Edward Norton) são muito ambíguos, nada é muito claro, não dá para entender o porquê ele gosta ou desgosta de tal personagem e isso é ruim porque ele que quer que você entenda as relações que ele apresenta, mas você não consegue, pois esse desgraçado desse diretor tá mais preocupado em copiar o "King Kong" do Peter Jackson do que fazer sua própria obra de forma coesa e original.

A abertura nos introduz à história do Hulk de um jeito meio bizarro, mas que dá para entender, porém a música que toca de fundo não combina em nada, chega até causar um certo estranhamento, inclusive isso é geral por aqui, toda a trilha sonora é horrível, a oinstrumental é muito genérica e as escolhas de músicas que tocam foram feitas com a bunda. Depois aparece o Banner na favela da Rocinha no Rio, aprendendo Jiu-jitsu e trabalhando numa fábrica de refrigerante, isso é completamente aleatório, chega a ser estranho ver o Edward Norton andando no meio da favela do Rio de Janeiro e é até engraçado, o cara precisa ir para um lugar calmo para não se estressar e vai para a maior concentração de roubo e tiro do mundo, mas tenho que parabenizá-lo por se arriscar a falar português e olha que ele nem fala tão mal não para quem não tem português como língua nativa. Acho interessante nesse início a forma como é trabalhado os traumas do Banner, que ele tem medo do Hulk aparecer de novo e que ele quer ser apenas ele mesmo novamente, porém no restante da exibição isso é deixado meio de lado e vira só mais um arco secundário, o que vira um baita potencial desperdiçado.

Sinceramente, o Edward Norton foi uma péssima escolha para o papel, o Bruce Banner é um cdf, um cientista muito inteligente e nerdola dos números e com todo o respeito ao ator, mas ele não tem cara de ter uma mente brilhante, ele parece ter mais cara de depressivo e incel (isso sem contar que a personalidade dele na vida real reflete mais ao Hulk transformado do que ao Banner), os melhores personagens dele são geralmente anti-heróis/vilões, talvez tenham escolhido ele por ter essa cara e dar um ar de que o Hulk não é exatamente um herói, mas durante a exibição você sente que o diretor tenta dar humanidade ao bicho, essa parte eu achei fraquíssima (como 90% das coisas no filme), o Hulk é a criatura descontrolada, ele é a figura do caos, tanto que nas HQs ele sai dos Vingadores bem no início da equipe porque ele não se encaixava ali, não tem que humanizá-lo, em certos momentos o cara é até nerfado e fica parecendo até um animal de estimação, de novo, parece muito uma emulação de "King Kong", mas o King Kong é um mamífero gigante, não um monstro radioativo com uma sede impermeável de ódio.

Inclusive, para mim, uma boa parte do elenco foi mal escalado, acho que realmente só o William Hurt que foi bem escalado, não é atoa que continuou no MCU literalmente até a sua morte, mas a Liv Tyler, por exemplo, é como uma esquete de TikTok, no pensamento é bom, na prática fica ridículo, ela só faz chorar e se a humanização do Hulk é uma emulação do King Kong, a Betty Ross aqui é só um papel de mulher bonita que controla a fera, uma baita personagem nos quadrinhos, hiper inteligente, que é subjugada a isso. Ainda tem o Tim Roth como Abominável que tá lá só para ser um rival, não tem motivação, não apresenta nenhuma ameaça e ainda tem uma luta pífia contra o protagonista com gráficos que envelheceram mal, o que realmente esse personagem queria só foi descoberto quatorze anos depois numa série de comédia.

Sabe como eu percebi que isso aqui é tão ruim e tão maçante? Eu tava vendo ele na TV, peguei o celular e não dei falta que tinha um filme rolando na minha frente, foi exatamente isso que aconteceu aqui comigo, fui ver na televisão, peguei e fiquei trinta minutos mexendo na internet e nem lembrava que tava passando essa porcaria aqui, voltei e de verdade não tinha perdido nada a não ser melodrama exagerado e trilha sonora romântica genérica em qualquer cena aleatória. A melhor parte do filme é quando o Tony Stark (Robert Downey Jr.) aparece falando com o Ross e já dando uma expansão de universo em um filme que daqui, no final, não teve quase nada aproveitado, só foi ter coisas resgatadas quatorze anos depois, nem na mesma saga o MCU está mais.

Para a cronologia do MCU, "O Incrível Hulk" é inútil, como filme, é mais inútil ainda. Revi por curiosidade, mas se você for maratonar os filmes da Marvel, pode pular de boa, não tem problema nenhum, além do mais é falta qualidade, tem um protagonista que você não tem nenhum apego emocional e um ator que não combina em nada com o personagem, eu não consigo comprar essa proposta do Edward Norton como Hulk, que péssima escolha de casting, Mark Ruffalo no papel foi muito superior apesar do que fizeram com ele em "Vingadores: Ultimato". Para fechar o pacote de bosta, ainda é uma emulação mal feita de alguns filmes do "King Kong", tentando humanizar a criatura com uma mulher gostosa, mas sempre deixando o bicho se descontrolar no final. É genérico, não é emocionante e só quem gosta desse filme nem gosta de verdade, é só para criticar o outro Hulk que adquiriu consciência e faz yoga (o engraçado é que esse mesmo Hulk também faz yoga, mas disso ninguém lembra). Bom, não tenho mais nada a declarar.

Nota - 3,0/10

Postagens mais visitadas