Crítica - Pânico 2 (Scream 2, 1997)

Abaixo do original, porém ainda muito bom.

Depois de uma crítica brilhante em 1996, quase um ano depois, Wes Craven e sua recém-nascida franquia retornam em um filme que não bate o original na minha opinião, mas que é tão divertido quanto o primeiro e que apresenta alguns conceitos bem interessantes envolvendo a franquia e mais uma vez vemos Craven mostrando a canalhice da humanidade.

Esse filme se passa dois anos depois do que acontece no primeiro, aqui vemos a Sidney na faculdade de teatro, ela seguiu a vida dela, tem um relacionamento aparentemente perfeito e tal, a Gale lançou um livro sensacionalista sobre os acontecimentos do filme original e aí o Craven prova mais uma vez que a mídia é nojenta e que a Gale é uma pessoa que não tem compaixão nem com o cameramen dela que ajudou ela o filme passado inteiro, mas o livro foi adaptado dentro do universo do filme e é isso que importa aqui e essa adaptação parece um "Todo Mundo em Pânico", pois o Craven faz uma ridicularização do seu próprio filme mostrando o quanto era banal ver um garoto emo gótico se pagando de romântico e ela mostra essa ridicularização com o ator que foi feito para fazer papel de gente ridícula: Luke Wilson.

Porém a crítica presente no primeiro filme aqui é deixada muito de lado, vira só um filme de terror mesmo, ele quase cai naquilo que criticou no filme anterior, parece só um filme de slasher e crime sem a veia da crítica que foi o que diferencia o primeiro filme dos outros de terror. Mas eu gosto que o filme não vira totalmente hipócrita e não foca em mostrar o Ghostface matando as pessoas e de qual jeito criativo ele iria fazer isso, ele mata todo mundo na base mais clichê que existe que é na base da faca, ele não tem planos mirabolantes ou cruéis para matar alguém da pior forma possível, ele mata de qualquer jeito e isso é brilhante.

O Craven aqui decide dar mais destaque ao Cotton Weary, o cara que foi considerado o assassino da mãe da Sidney e que, apesar de ser inocente, a Sidney ainda odeia ele e ele aparenta ser um cara que realmente não bate muito bem das ideias, aqui a gente vê uma espécie de arco de redenção dele tentando se redimir e aproveitar a inocência o máximo possível, mas ele tem ainda um problema com a Sidney e o desenvolvimento disso é muito bom, ainda mais quando no final quem aparece para salvar a Sidney é justamente o Cotton e ali se encerra a jornada de redenção de Cotton e ele tem sua trégua com Sidney, é uma das melhores coisas do filme isso, eu achei muito bom.

O plot twist desse eu acho até melhor que o do primeiro filme porque no primeiro filme realmente haviam aqueles personagens entre as possibilidades mesmo que já tivessem sido dados como inocentes antes no filme, aqui são dois personagens que a gente não espera, um é um aluno aleatório da faculdade que as vezes tava conversando com o namorado da Sidney e a outra é a mãe do Billy que até o momento da revelação, não sabíamos que ela era a mãe do Billy, eu achei sensacional isso porque fica mais imprevisível, é muito mais difícil de decifrar quem é o Ghostface aqui. Gosto também da sacada de que o Ghostface virou uma espécie de celebridade, as pessoas usam a máscara dele e como eu disse no texto do primeiro filme, o ser humano é muito otário, ele gosta de zoar dos outros, aqui eles pegam a máscara de um serial killer e saem na rua zoando e no cinema torcendo por ele, é bizarro, mas isso deixa mais fácil para o verdadeiro Ghostface atacar, porque eles vêem a oportunidade de se disfarçar no meio da multidão por causa disso, isso é genial.

"Pânico 2" é uma ótima sequência, é abaixo do original e sinceramente, eu acho difícil ser melhor que o original porque eu achei uma obra prima, mas esse é muito bom mesmo. Gosto muito do desenvolvimentos dos personagens, da Sidney, do Cotton e da Gale principalmente, gosto de como as relações são exploradas e acho o mistério do Ghostface tão bom quanto no primeiro filme e a reviravolta consegue ser melhor que a do primeiro, na realidade é um filme mais divertido e com mais valor de entretenimento que o primeiro até, merece ser visto.

Nota - 8,5/10

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