Crítica - Pinguim (The Penguin, 2024)
A melhor série da DC!
🚨 Texto com spoilers 🚨
Após o sucesso que foi "Batman" (2022), era óbvio que um universo encabeçado por Matt Reeves iria se expandir, não só para sequências, mas para quadrinhos e até para a televisão. Uma das primeiras expansões confirmadas foi uma série sobre um dos grandes coadjuvantes daquele filme: Oswald "Oz" Cobblepot, o Pinguim, interpretado pelo grande Colin Farrell, que teve uma atuação extremamente elogiada no longa, tendo até ganhado o Critics' Choice Super Awards de Melhor Ator em Filme de Super-Herói (você nem deve lembrar que existe essa subdivisão do Critics' Choice, mas existe, por enquanto). Farrell surpreendeu com sua performance mais puxada para um lado mafioso, um sotaque do Bronx, algo mais italiano, a performance corporal, que é uma versão diferente do que a gente conhece do personagem de todas as suas demais versões, mas que é uma adaptação interessantíssima, que funciona no contexto desse "Reevesverso". Aqui, surgem mais camadas para este personagem, mostrando uma versão que tinha um caminho deixado lá em The Batman para sua ascensão ao poder, e aqui acompanhamos sua jornada para tal.
Após a morte de Carmine Falcone (Mark Strong), nosso protagonista, Oswald "Oz" Cobb, o Pinguim (Colin Farrell) começa sua jornada para tornar-se o grande chefe do submundo de Gotham City. Nisso, ele precisa se livrar das duas principais famílias do ramo: os Falcones, o qual ele trabalhava há anos com segundas intenções debaixo dos panos; e os Maronis, liderados por Salvatore Maroni (Clancy Brown). Quando a família Falcone perde não só seu chefe, como seu sucessor, Alberto (Michael Zegen), cabe a Sofia (Cristin Milioti) tomar seu lugar na hierarquia de sua própria família, e ganha um peso a mais quando descobrimos que seu passado conturbado foi causado diretamente por Oz. Cobb, então, tenta causar faíscas internas para implodir as famílias e aumentar sua relevância na máfia da cidade, contando com a ajuda do jovem Victor (Rhenzy Feliz), que foi encontrado por Oz roubando as rodas de seu carro e foi acolhido pelo vilão. Cara, é difícil fazer uma sinopse dessa série, porque as coisas nela mudam muito rápido de um episódio para o outro, mas essa rapidez acontece de forma tão natural e de uma maneira tão bem desenvolvida que fascina e prende a atenção durante todos os oito episódios.
Cara, começo falando do andamento da série, pois como falei agora no final do parágrafo anterior, as coisas vão acontecendo de maneira rápida, mas extremamente bem desenvolvidas e de uma forma bem dinâmica, dá gosto de assistir e de esperar por cada episódio. A showrunner é Laurel LeFranc, que desenvolveu o programa junto do Matt Reeves, e foi dirigido por quatro diretores ao longo dos episódios: Craig Zobel, Helen Shaver, Kevin Bray e Jennifer Gatzinger. E eu acho importante citar cada um desses, pois eles juntos criaram algo sensacional que se sobressai do subgênero de heróis, de adaptações de quadrinhos, e torna-se uma série HBO de altíssimo nível, daquelas que dá gosto de assistir e aproveitar cada episódio que passa. A história vai ficando cada vez melhor, os personagens vão sendo desenvolvidos cada vez mais, você vai se importando mais a cada segundo que passa na tela, a imersão que você cria a cada episódio é algo inexplicável, que você fica fascinado pelo o todo, o conjunto da obra é o que torna essa minissérie grandiosa, uma verdadeira obra de arte.
Uma coisa que é interessante de analisar antes de começar a falar sobre o personagem na série em si, é o lado psicológico do Pinguim e como isso se contrapõe ao Batman, mesmo que o herói não apareça na série, mas isso se aplica a todas as versões de ambos os personagens. Todos os vilões do Batman são uma parte psicológica e mental que são um espelho ou um contraponto ao herói, você pode citar o Coringa e como a loucura descontrolada dele é o que faz o morcego ficar com ainda mais autocontrole sobre seus atos, ou como o Charada desafia o intelecto do Batman em um duelo duradouro em que um entra na cabeça do outro. O Pinguim é um contraponto do herói no sentido de relações, de personalidade, enquanto o Batman é solitário, vive nas trevas, é discreto, o Pinguim sempre vai ser aquele cara que necessita de palco, de luxo, de viver nos holofotes, de precisar de poder, de necessitar de aprovação. Enquanto o Batman é um detetive discreto, calmo e controlado, o Pinguim é um baixinho bizarro com pavio curto que pode matar um sem querer quando está com raiva. É exatamente desse jeito que a série se inicia, com Oz deixando seu lado irritado tomar conta e dando um tiro (vários, na realidade) em Alberto, iniciando toda a trama da série e já estabelecendo a personalidade clássica do personagem.
O Pinguim desse universo do Matt Reeves é espetacular, e até agora talvez seja o melhor personagem. Claro que é o que nós mais vimos também, mas não é só por tempo de tela, é como esse tempo de tela é bem utilizado para transformar o personagem e como a cada episódio as camadas vão surgindo, as raízes vão crescendo e você vai percebendo o quão perturbado, doentio, manipulador, desgraçado e traidor é realmente o Oz. Você termina a série com vários sentimentos sobre ele, você o detesta depois de tudo que ele causou, para com quem ele causou. Você se fascina por ele devida às várias porções que esse personagem tem, desde a sua personalidade, até o seu passado, seja o familiar, a sua infância, ou o trabalho para a família Falcone, que gera o que gera com a Sofia (falo mais disso depois). E você se impressiona com a performance do Colin Farrell, que é uma das grandes atuações da carreira do ator, talvez seja a melhor, até pelo desafio como um todo, mas já desenvolvo melhor isto também. Cara, a curva sentimental do espectador enquanto ao Cobb é indescritível, você gosta dele no primeiro episódio, no segundo um pouco menos, no terceiro menos ainda, depois ele fica mais detestável, mas ainda há um carisma, agora nos dois últimos episódios, o sétimo e o oitavo, é impossível sentir qualquer coisa por ele que não a repulsa. Ele te manipula, até você perceber que não há um pingo de bondade ou sanidade nesse ser ao vermos ao final tudo o que ele fez, especialmente com quem ele dizia ser família.
A série inteira nós acreditávamos que Oz fazia aquilo pelo poder, pela riqueza, pela influência, mas, mais tarde na série, descobrimos que não foi só por isso, mas sim que ele fazia tudo isso pensando na sua mãe. Não é uma relação boa, nem é uma relação propriamente ruim um com o outro, mas esse cara é um sociopata com um complexo de Édipo mal resolvido. Começa com apenas você achando que o Oz cuida da mãe dele que está velha e doente, mal consegue andar direito, precisa tomar remédios, mas do meio para o final você entende o que está acontecendo. Frances (Deirdre O'Connell), a mãe dele, é traumatizada pela morte de seus outros dois filhos, Jack e Benny, e que foi isso que gerou sua doença. Porém, tudo muda quando no sétimo episódio vem a reviravolta de que foi Oz, ainda criança, o responsável pelo falecimento de seus irmãos, pois sentia ciúmes deles com sua mãe. Ainda vem outro twist no finale quando descobrimos que ela sabia que seu filho era um monstro e que decidiu fomentar isso para que ele crescesse no mundo do crime, mas antes, havia tomado a decisão de matá-lo, ao entregá-lo para Rex Calabrese, o mafioso da região, e desistiu da ideia, no entanto, não deixou de odiá-lo pelo o que ele fez. Ele ainda deixou ela viver em estado vegetativo, sendo que ela pediu para matá-la caso isso acontecesse, e ainda tem a cena mais bizarra da série, que ele pede para Eve (Carmen Ejogo), uma garota de programa, se vestir como a mãe dele e falar para ele que ela estava orgulhosa dele. Oz acha que faz tudo pela sua mãe, mas na verdade faz tudo pelo seu orgulho ferido e seu sentimento de superioridade ameaçado.
Oz ainda desenvolve essa relação praticamente doentia com Eve, a garota de programa, que ele usa como seu álibi, mas também como uma companheira confiável, enquanto na verdade é uma troca de favores que ele nunca entendeu ao certo: ele dá dinheiro a ela e ela ajuda conforme o necessário, assim como manda sua profissão. No entanto, esse trouxa chega a se apaixonar pela GP e toma um choque de realidade merecido quando descobre que ela não chega perto de sentir o mesmo, ainda acaba com ela entregando a localização dele e de seus aliados para Sofia. Outra relação que ele desenvolve é com Victor, que no início parecia ser só um molequinho que ele também ia usar de aliado, de motorista, mas que vai ganhando uma personalidade própria ao longo da série, mas dele falo mais depois, porque merece um parágrafo só para si. Mas a melhor relação da série é a dualidade entre ele e Sofia, que é mais do que um duelo de intelecto criminoso, é uma vingança por parte dela e uma pedra no caminho por parte dele, mas também falarei mais disso em outro parágrafo. A questão é: cada uma dessas relações e tudo que acontece com elas no final faz nós percebermos o quão sádico é esse personagem, o quão egocêntrico e escroto ele é, e como sua necessidade de aprovação, de adoração, faz com que ele pense só nele mesmo, usando os outros, especialmente sua mãe, como uma desculpa para cometer crimes que ele gosta de fazer, ele sente prazer em ser um gangster, em matar, enriquecer e tudo mais, colocando tudo isso como apenas uma história para boi dormir.
O que dá esse diferencial é a atuação espetacular do nosso querido Colin Farrell, que deve ser a grande atuação da carreira dele, provavelmente. Em The Batman ele era só um coadjuvante que era o secundário do vilão secundário, nem se pensava em dizer que aquela era a melhor performance do ator, até porque no mesmo ano ele entregou um papel marcante no grande "Os Banshees de Inisherin" (2022). Mas, aqui, a gente vê e entende que é um desafio muito maior, pois não é só questão de atuar com muita maquiagem, nem de fazer um sotaque de Don Corleone, mas há muito nesse personagem que necessita do seu intérprete para funcionar. Ele tem vários trejeitos, tanto na fala, fazendo esse sotaque do Bronx, com a boca meio travada, puxado bem para o italiano, mas mais para o lado de descendente italiano novaiorquino (mesmo o Pinguim - e o Colin Farrell - sendo britânico, pelo menos originalmente, aqui não é, obviamente), quanto o trejeito no andar, o problema na perna, na coluna, que faz com que ele ande realmente igual a um pinguim (que adaptação massa para o nickname dele, e ganha mais camadas ao descobrimos que ele não gosta disso). Ele passa muito bem essa irritação do personagem, esse pavio curto, a lábia, o carisma dele que é necessário para que tanto nós espectadores fiquemos investidos em sua jornada, quanto para que os personagens na série caiam na lábia dele múltiplas vezes.
Mas, o melhor de tudo é: ele é um vilão! Não tem justificativa para tudo que ele faz, não tentam passar ele de coitado, não colocam ele como vítima de nenhuma situação, ele é, com o perdão do palavrão, um grandioso filho da put4, porque sim. Eu já falei isso, mas vou ter que repetir, porque chega ao ponto de ser sádico, o que ele faz com a Sofia no finale é tão maldoso, é tão genial e combina tão bem, fecha tão bem o arco desses dois personagens, que causa um sentimento misto na hora, você não sabe se fica com raiva, com pena ou se acha genial, pois aquele desfecho para ela é pior que a morte. Esse é só um dos exemplos, mas praticamente tudo que ele faz, toda essa pitada de manipulação, babaquice, sociopatia, é trabalhada a série toda. Felizmente não comete os mesmos erros dos demais projetos de vilões, pois é o único que não tenta colocar o vilão como protagonista para fazer uma desconstrução, para transformá-lo em herói ou para justificar seus atos com ele sendo uma vítima da sociedade, tentando passar pano para sua insanidade. Ele é maluco por ser maluco, desde criança, o ator mirim que o interpreta também é ótimo, Ryder Allen o nome do garoto, que dá mais medo que o Colin em certos momentos, porque uma criança falando e agindo daquela maneira, com aquele sotaque, meu brother, que vibe de serial killer infantil que passa, ele é realmente muito bom.
Depois de seis parágrafos sobre ele, acho que já deu para entender o quão bom é este personagem, se não nem tinha falado disso tudo sobre ele, mas então vamos para a outra protagonista da série, nossa querida Sofia. A Sofia, nos quadrinhos, é nada, nada, é só uma personagem que chama atenção pelo visual, porque nas HQs ela é, literalmente, gigante, é uma mulher bombada com dois metros de altura e é essa a função do personagem, ela não tem personalidade, é só uma mulher desproporcional. Quem a interpreta é a Cristin Milioti, que não é bombada, muito menos alta, e com certeza tem personalidade, tornando-se MUITO melhor que a original, o desenvolvimento dela aqui é incrível. Ela começa a série em um ponto, você meio que fica do lado do Pinguim no início por já estar familiarizado com ele lá do filme e tudo mais, e ela parece ser só uma maluquinha diferente das outras garotas. Quando vem o quarto episódio, que é todo focado nela, você entende porque ela era daquele jeito, tudo o que ela sofreu, a traição por parte do Oz, do próprio pai, a prisão forçada e tudo que ela sofreu dentro de Arkham, é um episódio triste, é pesado, e você começa a entender a grande virada da personagem dali para frente. Ela também não era santa, era mimada, tratava o Oz igual lixo muitas vezes e isso justifica a traição dele inicialmente.
A dualidade dela com o Oz funciona muito bem, existe essa mágoa recíproca, ela pela traição, ele pela forma o qual ele era subjugado por ela. Como há essa diferença, de que ele faz isso porque quer ser o grandioso, quer ser o poderoso, quer ser rico, chefão, enquanto ela faz isso por se sentir na obrigação de ser assim, de tentar apagar o legado do seu pai e substituir o legado de sua família, ela tem toda a questão de um trauma de infância de encontrar a mãe morta, supostamente suicidada, e depois perceber que não era, que foi o próprio pai o mandante da morte, que isso cria uma desilusão dela com Carmine, e como isso aumenta quando ele a coloca na prisão, nossa, é uma construção muito bem feita. Quando ela vira a grande chefona do crime, renegando o nome Falcone e assumindo o sobrenome Gigante da mãe dela, ela cresce numa curva absurda, torna-se brabíssima, você adora acompanhar a jornada dela de vingança contra Oz, a aliança que ela faz com os Maroni (depois eu falo disso também), a forma que ela se coloca como dominante nesse mundo do crime. Até vir o penúltimo episódio e ela levar um choque de realidade que ela tornou-se o que jurou destruir, que ela virou uma versão feminina do próprio pai, e que fez com sua prima o mesmo que Carmine fez com ela. Esse encerramento de arco dela, que parece que tudo vai dar certo para ela e ela vai concluir sua jornada bem, vai sendo amarrado, bem construído, mansão em chamas, até que vem a fatídica cena de sua queda, onde ela é obrigada a reviver seu maior trauma. Que construção animal!
A atuação é inacreditável, o que a Cristin Milioti entrega aqui é coisa de maluco. Eu adoro a atuação dela em "Palm Springs" (2020), acho aquela a melhor performance da carreira dela... Até aqui. Claro, são propostas diferentes, lá é uma comédia romântica com viagem no tempo, aqui é uma série de gangster do universo do Batman, mas o que importa mesmo é que ela brilha, ela literalmente rouba o holofote do Pinguim inúmeras vezes durante a série. Ela tem cenas icônicas, a maioria dos melhores monólogos da série, vai ser difícil escolher só uma cena para passar no Emmy, porque ela tem em todo episódio, pelo menos a partir do quarto, uma cena que justifique nomeação e vitória. O episódio dela, o quarto, cara, que atuação. Tanto no momento que ela desabafa na frente de todo mundo, desconta sua raiva em palavras na frente de todos, quanto depois quando ela volta e está a família toda morta e ela se sentindo finalmente livre de tudo aquilo parcialmente, se sentindo numa liberdade de todos aqueles que viram e colaboraram para seu sofrimento em Arkham por uma década. O monólogo dela quando ela assume o sobrenome da mãe também é excelente, a raiva e o orgulho enquanto ela fala, o quão ela está centrada em seu objetivo principal e que nada vai impedí-la a partir de agora. E o final, ela tacando fogo na mansão com o cigarros, aquela cena tocando "Where You Did Last Night?", não na versão do Nirvana, mas num callback interessante com "Something in the Way", ela se sentindo plena, livre, cara, que personagem, que mulher (eu fiquei babando nela os oito episódios, confesso).
Não só eu fiquei babando por ela, como o máximo gado possível, que é o Dr. Julian Rush (Theo Rossi), que é o pior personagem da série. O cara é um psiquiatra que prefere comer a paciente e fazer trabalhos criminosos para ela do que se manter na dignidade da profissão. Tudo bem, a Sofia é realmente muito bonita, muito mesmo, ela no vestido amarelo então... Uau, mas esse cara gadando nela eu não aguentei não, é muito engraçado. Rush não faz nada além disso até o último episódio onde finalmente utiliza seu trabalho como psiquiatra para alguma coisa ao ver o passado da mãe do Oz. Esta que, sim, é uma boa coadjuvante. No início você não dá nada por ela, parecia que ela seria aquela personagem importante que serve para ser sequestrada e motivar o protagonista, mas a evolução em torno dela, como trabalham o quadro de demência dela, o trauma dela com a perda de seus outros filhos, a relação dela com o Oz que é bem conturbada, que você só vai entender de verdade no último episódio as inúmeras camadas que isso tem, como ela sabia quem ele era e decidiu alimentar isso, e se arrependeu no final depois de tudo. A atriz, a Deirdre O'Connell, é espetacular, ela entrega realmente uma excelente performance, convence que é uma senhorinha já doente, as cenas dela dançando, tendo ataques, é muito boa, mas a grande cena dela é com ela interpretando sua versão passada na terapia do Dr. Rush no último episódio, onde ela confessa saber o monstro que é o Oz, essa cena é um absurdo.
Mas, o melhor personagem coadjuvante dessa série é aquele que eu não dava NADA, e acabou sendo um dos melhores: Victor Aguilar. É um personagem original para a série, que é o "Robin" do Pinguim, basicamente. Até a forma na qual Oz o encontra é a mesma que o Batman encontra o Jason Todd, que é roubando as calotas de seu carro (eu inclusive achei que ele seria o Jason Todd por alguns segundos). A evolução desse personagem na série é surreal, começa sendo um moleque arrastado para esse mundo, você começa a acompanhar mais dele ali no terceiro episódio, onde vemos o passado dele, que ele perdeu toda a família na inundação ocasionada pelo Charada, que ele tinha um interesse romântico, uma garota que quer ir embora de Gotham e quer que ele vá junto. Depois toda uma questão dele morar em um bairro pobre da cidade, que tem um líder de uma gangue local se achando o dono do pedaço. Sem contar a gagueira dele, que é impossível você me dizer que esse Rhenzy Feliz não é gago na vida real, porque o que ele entrega é ótimo. O ponto de virada dele vem no sexto episódio, que é quando vemos que ele evoluiu de verdade, e ao finale, vemos que o garoto gago consegue fazer um discurso criticando as maiores gangues de Gotham na frente deles, a curva é gigantesca, você gosta muito dele e, o final dele é bem injusto, é triste, merecia mais.
Já falei demais sobre, eu acho, não preciso falar mais. Nem teria mais do que falar, além da parte técnica, mas se assemelha muito a de The Batman, a qual eu já fiz a crítica anos atrás, então não preciso falar muito. O que eu preciso falar é que "Pinguim" é a melhor série de quadrinhos da história! Rivaliza com Demolidor, mas eu acho que essa sobressai pelo padrão HBO de qualidade, realmente é diferente o tempero que os caras tem lá dentro. É tão boa que se sobressai de uma série de super-heróis, torna-se uma série de gangsters, você fica cada vez mais envolvido naquela trama, foi delicioso acompanhar as peripécias de Oz e Sofia por oito semanas. Atuações incríveis por parte do Colin Farrell, da Cristina Milioti, do Rhenzy Feliz, da Deirdre O'Connell e até do Clancy Brown, que eu não falei direito, mas também está excelente. Assim como todos os personagens são incríveis, bem desenvolvidos, a trama é redondinha, bem fechada dentro da obra, mas que deixa uma estrada trilhada para The Batman 2. É incrível, cara, eu fiquei maravilhado assistindo essa série, para mim, é praticamente perfeita!
Nota - 10/10
Nota por episódio:
1x1: "After Hours" - 8,5/10
1x2: "Inside Man" - 8,5/10
1x3: "Bliss" - 9,5/10
1x4: "Cent'Anni" - 10/10
1x5: "Homecoming" - 9,5/10
1x6: "Gold Summit" - 9,5/10
1x7: "Top Hat" - 10/10
1x8: "A Great or Little Thing" - 10/10