Crítica - Superman & Lois (3ª Temporada, 2023)
A escalada para ser uma das melhores séries da história da DC.
Senhoras e senhores, eu lembro de ter dito no último texto sobre a segunda temporada que esta série só tendia a subir, pois a construção deixada pela temporada anterior criou um terreno bem amplo e interessante em que os realizadores poderiam explorar bem os personagens em vários quesitos. Mas, confesso, não estava preparado para o quão boa seria esta terceira temporada, que, de certo, catapulta a série para uma das melhores da DC, definitivamente a melhor da parceria entre DC/CW. Cara, era isso que eu sempre quis ver do Superman, não é exatamente uma adaptação muito fiel, eles criam muitas coisas, mas essas adaptações demonstram a criatividade em como utilizar o universo riquíssimo do Superman. A série não utilizou nem metade da galeria de personagens que ele possui, criou metade deles, mas já basta, o que é apresentado aqui é o pico, é o máximo que o Superman pode chegar, a série consegue vencer as adversidades do orçamento e da má recepção automática devido ao preconceito (justificável) do público com a CW. Mas, cara, se você não viu, é fã de heróis, da DC, meu irmão, você é quem está vacilando, porque isso é sensacional! Melhora a cada temporada, e, novamente, a tendência é só subir, pois o terreno deixado por esta terceira deixa margem para a evolução de tudo por aqui.
Clark Kent, o Superman (Tyler Hoechlin) continua sua jornada para a conciliação de seu casamento e da criação dos seus filhos com sua vida salvando o mundo, tendo que ficar mais atento desde a tentativa de incursão com o Mundo Bizarro na temporada passada. No entanto, quando parecia tudo bem, um momento de calmaria nessa vida turbulenta, sua esposa, Lois Lane (Bitsie Tulloch) descobre que está com câncer de mama inflamatório em estágio 3, precisando começar seu tratamento em quimioterapia imediatamente. No entanto, na mesma época, um antigo rival do casal em sua época de Planeta Diário, Bruno Mannheim (Chad L. Coleman) reaparece como suspeito de vários crimes passados, alguns dos quais Lois escreveu um artigo incriminando Lex Luthor (Michael Cudlitz), o colocando na cadeia por algo que ele não fez. Dentre problemas pessoais e com os chefes do crime, Clark precisa aprender a lidar com a doença de sua esposa, com o crescimento de seus filhos e como homens como Mannheim e Luthor são verdadeiramente perigosos. Enquanto Jordan (Alex Garfin) está começando a agir como um vigilante em Smallville, levando a família a questionar se ele está certo a maneira a qual ele reage aos seus poderes, e Jonathan (Michael Bishop) está começando a galgar seus passos em um estágio no Corpo de Bombeiros.
Todos os personagens tem bons arcos nessa temporada, esse é um diferencial da série, praticamente nenhum dos que eles se prontificam a colocar como os principais fica sobrando. Tem a Chrissy (Sofia Hamsik), a amiga da Lois no jornal que elas trabalham, essa aí sim dá uma sobrada legal, mas no final ela também não atrapalha, ela é só mais uma que tá ali e não fede nem cheira. Inclusive, eu parei para refletir sobre as referências que essa série faz ao mundo dos quadrinhos do Super, e esta personagem se chama Chrissy Beppo, sendo Beppo uma referência ao macaco do Superman, que tinha este nome e que era um dos animais superpoderosos que surgiram naquela época bizarra dos quadrinhos. Então, é uma personagem tão irrelevante que até a própria série está cagando ao colocar ela como homenagem a um macaco que usa fralda, uma toalha de capa e voa, não tem porque reclamar da existência dela, apesar de que não faria falta. Enfim, o que quero dizer é que nesses treze episódios desta temporada, você tem arcos dentro de cada família sendo bem trabalhados, os Kent sendo a família principal são naturalmente instigantes, mas você também acaba investido nos dramas da família Lang-Cushing, e até nos supostos antagonistas que são os Mannheim.
Nesta season, a série toca num ponto mais sensível ao trabalhar uma Lois Lane que está com câncer. E cara, é um tema difícil de se trabalhar, é algo que realmente poucas vezes foi tão bem trabalhado no cinema/audiovisual, geralmente pegam da pessoa doente e dão poderes para ela através de radiação ou qualquer outra coisa e aí surge uma obra de heróis qualquer. Mas aqui não é uma qualquer, pois a forma que é retratado emociona, ela pega fundo na alma, mesmo que você nunca tenha vivenciado algo assim. Eu nunca tive um parente lidando com câncer, eu também nunca tive, felizmente, espero continuar zerado nesses dois quesitos, mas não tem como não derramar algumas lágrimas vendo tudo o que acontece com a Lois e as pessoas próximas a ela por aqui. O jeito que é trabalhado nela é muito bom, pois no início existe o medo, que gera uma negação e tenta criar nela uma falsa sensação de que está tudo bem, isso vai evoluindo para a aceitação de que está acontecendo, a esperança de que vai dar tudo certo, o receio com as incertezas que uma possível recuperação pode trazer, e o medo com que uma fatalidade possa vir a acontecer. A forma como os episódios vão trabalhando isso lentamente, mostrando cada etapa do processo, como ela tem que aprender a lidar, é muito bem feito. Pega a cara da Marvel, que tentou fazer isso de forma pífia lá em "Thor: Amor e Trovão" (2022), e esfrega no chão da maneira mais humilhante possível, esse arco me fez chorar em seis episódios seguidos, a maneira que é construída é palpável, é uma dor verdadeira. Eu não sou muito de chorar vendo série nem filme, mas eu confesso que não consegui me segurar na cena que ela conta para o pai que está doente, ali me pegou legal ver o Sam chorando.
Tem várias questões que a Lois enfrenta nesse meio tempo doente, ela começa a pensar sobre a vida, a morte, sua família, a maternidade e até sua própria feminilidade, já que parte da recuperação para seu tipo de câncer é mastectomia, que é a cirurgia para a remoção de seios. Ela enfrenta esses demônios, conta com a ajuda da Lana Lang (Emmanuelle Chriqui), em uma cena sensacional delas conversando no nono episódio, cujo não só fortalece a amizade, mas também ajuda muito no desenvolvimento de Lois. Ela também tem ótimas cenas conversando com as "colegas" na quimioterapia, e essas experiências acabam ajudando ela a entender melhor o problema que ela vem passando, qual a real gravidade daquilo, que tem lados ruins, obviamente, mas que dessa experiência dá para tirar algo bom, como ver o quão ela é uma pessoa que é amada de volta por aqueles que ela se importa. A Bitsie Tulloch dá um show de atuação, essas várias fases dela durante a doença, e até antes, quando ela achava que estava grávida, a felicidade dela, a cena dela olhando o vídeo da infância dos gêmeos e sonhando que vai viver aquilo tudo de novo, depois a desilusão com a revelação da doença, toda a negação, todo o medo que ela tem nisso tudo, como demora para ela aceitar. A atriz, só no olhar, consegue nos passar perfeitamente tudo aquilo que a personagem bem passando, ela consegue sair do clichê de interpretar uma personagem com câncer, ela traz uma originalidade no que ela faz. Eu repito o que eu falei sobre ela na primeira temporada: se não fosse CW, era indicação certa ao Emmy.
A relação entre Lois e Clark acaba por ser outro grande destaque, já que é impressionante como é feito o amor deles. Cara, era sempre isso que eu quis ver sendo adaptado desse casal, diga-se de passagem, o melhor e maior casal da história dos quadrinhos, talvez da cultura pop. A química entre os dois é perfeita, é inegável, a maneira como vão construindo eles dois, as pequenas cenas, que parecem tão fúteis, na realidade são as que mais fazem com que você se sinta próximo deles. Tem uma cena que um mostra a língua para o outro e é tão bobo, mas é tão importante para a gente entender mais um pouco deles juntos, que não dá para não ficar feliz com essa adaptação. A forma como vemos Clark ser trabalhado para lidar com a condição de sua esposa é inacreditável, é a primeira vez que o Superman não vai conseguir uma solução para seus problemas voando e sendo superveloz. Tem a sequência de pesadelo dele, onde o mundo está desmoronando e ele querendo salvar a Lois, ela grita mas quanto mais rápido ele voa, mais distante ela fica, resultando nela morrendo no sonho. Cara, que reapresentação incrível, consegue nos passar a verdadeira angústia que ele está passando, não só como cônjuge, mas como humano, de ter que lidar com algo humano que ele jamais pensou que teria de passar. A cena dele conversando com as moças que estão fazendo quimioterapia também é incrível, vai mostrando a ele as possibilidades do que pode acontecer com sua esposa, é um choque de realidade que ele leva e que você sente o impacto que ele tem. A mesma coisa na cena do grupo de ajuda do hospital, o Tyler Hoechlin é um ator tão bom que você sente nele o medo, é a primeira vez na série que você consegue ver o Superman claramente assustado, como ele tem dificuldades para lidar com isso tudo, como ele precisa superar sua cabeça primeiro para depois superar junto de Lois o câncer dela.
O Tyler Hoechlin, nessa temporada, prova porque ele é o melhor Superman do século, e olha, ele é tão bom que mesmo o próximo filme do herói chegando e sendo dirigido pelo James Gunn, eu creio que não deve mudar, pelo menos não logo de cara, porque a construção que esse Superman tem ao longo dos episódios é o que faz com que ele seja a melhor versão live action. Ele é tão bom quanto o Christopher Reeve, bom, claro que cada um às suas devidas proporções, mas o que eu curto no Clark desta série é a simplicidade dele, é a ingenuidade que ele passa em diversas situações, criando esse Super que é genuinamente uma pessoa boa. Mas, claro, aqui vemos uma evolução dele como pai, como marido, tendo cenas incríveis dele para vários lados. Tem a cena dele tentando convencer seus filhos a saírem com ele para um evento de wrestling, ele todo animado e sorridente tentando convencê-los, aquilo ali é puro suco de Clark Kent. Outro momento é quando vemos ele conversando com Lois e se declarando para ela, dizendo que nada vai mudar entre eles e que as cicatrizes dela são uma marca de sua vitória. E tem cenas mais dramáticas, onde vemos seu lado mais verdadeiro. Tem cenas dele dando broncas em Jonathan, e mais principalmente no Jordan, onde vemos como ele leva a sério a criação de seus filhos e como ele ama muito eles. Isso sendo bem demonstrado na melhor cena da série, onde ele vai cobrar o sogro de Jon, cujo deu um soco na cara do moleque e ameaçou Lois com uma arma, a satisfação que ele tira, a maneira ameaçadora na qual ele age e como ele tenta amenizar a situação o máximo o possível para aqueles que estão em sua volta, incluindo a filha de quem ele está cobrando, é espetacular. Mostra que você pode mexer com o herói, mas jamais com aqueles que ele ama.
A construção desses episódios é tão boa que você nem se importa que tem episódios onde o Clark não se veste como Superman, você vai acompanhando aquele drama de tão bem construído que é, fazendo com que não seja só uma boa série de heróis, mas que seja uma boa série como um todo. Isso se reflete nos desenvolvimentos dos gêmeos, principalmente o Jordan. Ele foi um personagem insuportável na primeira temporada, tem seus momentos na segunda, mas como trabalham ele nessa terceira temporada é espetacular e faz com que se abram vários caminhos possíveis onde ele pode percorrer. Ele ainda tem momentos onde ele consegue ser um pé no saco, especialmente no penúltimo episódio, que é quando ele se revela um herói para o mundo, tendo a cena que ele desafia o próprio pai, que é um momento que você sente tanta raiva dele e tanta pena do Clark, a manipulação de sentimentos é muito bem encaixada. Jordan sente a obrigação de ser um herói devido aos seus poderes, ele acha que aquilo é uma certeza e que ele merece ser assim, ele quer salvar as pessoas não pelo bem, mas para se sentir melhor consigo mesmo, para conseguir minutos de fama e apreciação que ele não está acostumado a conseguir. Esse sentimento dúbio quanto a ele faz com que crie-se as alternativas de redenção, dele adquirir maturidade e virar um herói pelas razões certas, ou ir para o lado do anti-heroísmo e seguir essa intuição própria. Esse segundo caminho seria bem mais interessante, mas eu duvido muito que eles tenham essa coragem em apenas mais dez episódios da próxima temporada. Se houvessem mais temporadas, não tenho dúvidas que isso iria ser abordado.
Quanto ao Jonathan, temos uma mudança crucial nessa temporada, que é a troca de seu intérprete, sai Jordan Elsass e entra Michael Bishop. Se é melhor? Bom, eu não sei, eu sinto falta do antigo ator, que deixou a produção devido a questões pessoais, mas esse novo consegue segurar bem a barra, entregando ótimas cenas, especialmente no quesito dramático. Enquanto Jordan tem os poderes, mas tem motivações mais centradas nele mesmo, o Jon, mesmo não tendo poderes, tem mais quê de Superman do que seu irmão, ele quer ajudar as pessoas, quer participar da sociedade, ter interações reais, ter um emprego real, fugindo de toda aquela loucura kryptoniana. Ele é um ser humano comum, que quer ajudar nas coisas simples e que é um dos poucos na série que mantém o pé no chão. Tem duas ótimas cenas que exalam isso, uma onde ele acha a irmã da Sarah (Inde Navarrete) que tinha fugido e decide conversar com a menina, ajudando ela na conversa a entender que seus problemas fossem entendíveis, mas que ela não poderia fugir deles, e que a família dela a ama muito. A outra é onde ele questiona seus pais sobre o testamento da Lois, onde Clark diz a ele para ter esperança, e ele fala que a esperança não impediu o infarto do Jonathan, o derrame da Martha e que também ainda não é capaz de curar o câncer. São duas vertentes diferentes, onde vemos que ele consegue ser esse lado honesto em diversas situações, tanto para ajudar alguém (assim como seu pai), quanto para expressar seus sentimentos.
O antagonismo dessa temporada fica a cargo do Bruno Mannheim, o líder da Intergangue. Nos quadrinhos, Mannheim é um personagem que existe, não fede nem cheira, mas na série, o que fazem com ele é pegar esse personagem com um potencial nunca elevado ao que poderia e transformar ele num vilão que põe respeito. Eles colocam todo um contexto dele ter vindo de um bairro pobre, cujo recebeu o apelido de "Beco do Suicídio", de tão abandonado que era por Metrópolis, e tem todo esse contexto do garoto que cresceu em meio à miséria querendo trazer dignidade ao seu lar. Para complementar, eles adicionam uma família para ele, dando destaque, especialmente, para sua esposa Peia (Daya Vaidya), que, assim como Lois, sofre com um câncer. A Peia acaba por ser uma adaptação do vilão Onomatopeia, cujo vemos ela aqui com o uniforme e tudo mais por muitas vezes, e é infinitamente melhor que o personagem original, que é um vilão do Arqueiro Verde e algumas vezes do Batman cujo se comunica através de onomatopeias (como sugere o nome), e aqui ela tem um grito sônico em uma escala de frequências. A maneira a qual esses dois, e mais o filho, são mostrados, faz com que você compre a ideia. É um vilão capaz de coisas terríveis, mas que realmente ama e é amado por sua família, que faz tudo isso para que sua esposa viva bem e que seu filho garanta um futuro;
Quanto aos demais coadjuvantes, dá para descrever em apenas uma palavra: swing. Meu mano, todo mundo começou a se agarrar do nada. Lana tem a amizade dela com o casal-título, tem um bom drama com a Sarah no inicio da temporada (meu irmão, aquele tapa que a Lana deu na cara dela me fez comemorar como um gol, que cena linda), mas no final colocam ela para ficar com o John Henry, que é muito legal de ver, já que é algo que vem dos quadrinhos, então é uma adaptação bem bacana. O John Henry (Wolé Parks) é a mesma coisa, começa tendo um arco interessante, a curiosidade dele em descobrir o que seu duplo era nessa Terra, a relação dele com o Mannheim, com a irmã dele (cujo ele perdeu em sua Terra e ela perdeu por aqui), tem uma chave virada que é quando ele mata um cara, mas no final ele termina ficando com a Lana e formando esse casal. Ele ainda tem ótimas cenas, como a cena dele meio Homem de Ferro, onde ele pula do prédio e a armadura vem em direção a ele, aquilo ali é muito bacana, toda vez que ele aparece de armadura vem uma boa cena. A Sarah é, como sempre, insuportável, cara, não dá, ela quase estraga a série, só tá ali para encher o saco do Jordan (e de quem assiste). Parece que as vezes quem escreve não está acompanhando a série, ela se contradiz de um episódio para o outro no mesmo quesito, é inacreditável, parece que é de propósito para irritar. Pelo menos, ela aparece gostosinha num episódio ou outro, mas pô, não dá mais, cara. Ensaiam uma espécie de redenção dela, colocando ela para trabalhar de garçonete, mas ela é aquela personagem merdeira que precisa estar na série para estragar com tudo.
Agora, parceiro, o Kyle (Erik Valdez) e a Chrissy só estão na série para acasalar, é tanta cena deles juntos que eu não me surpreendi quando no final ela revelou uma gravidez, foi a única coisa que ela fez nessa temporada. Tem a Natalie (Tayler Buck) ainda, que começa um relacionamento com o filho do Mannheim, o tal do Matteo (Spence Moore II), mas essa parte ela é o ponto baixo dessa temporada, que é o que traz uma barriga, ainda pegam uma personagem que é lésbica nos quadrinhos e colocam ela gadando loucamente por um moleque qualquer que parece um Arnold sem ser anão. Puts, isso são quase como um desserviço ao que ela representa na sua essência, mas, bancando o advogado do diabo, esta não é a Natasha, é a Natalie, personagem diferente, mídia diferente, mas para mim, não tem como não estranhar essa decisão. Porém, ela tem um bom arco com o Sam, lembraram que ele era o vô dela em outro universo, lembraram que dava para construir uma relação entre os dois, e é muito bem feita, dá um quentinho no peito quando o Sam se refere a ela como sua neta, porque a proximidade dos dois chega a esse ponto naturalmente. Tem também mais exploração dele com o Jordan, tentando ensinar a ser mais como o pai dele, ter mais malícia, mais cuidado ao bancar o herói, isso é muito bem construído, muito bem aproveitado.
E, depois de três temporadas, finalmente tivemos a introdução do verdadeiro Lex Luthor. Em dois episódios ele já demonstrou ser uma das melhores adaptações do personagem, dá para ver que ele é aquele cara que tentou ser bom, mas que ser mau era inevitável, além de toda influência e imponência que ele tem, ele consegue fazer com que quase todo mundo faça o que ele quer a hora que ele quer. Colocam um background dele ter sido preso injustamente, por conta de uma matéria da Lois, ele perdeu tudo, ficou dezessete anos na cadeia, a filha dele nem quer olhar na cara dele e ele foi desenhando essa raiva, esse sentimento de vingança por Lois, o General e pelo Superman esse tempo todo. O Michael Cudlitz entrega no papel, a gente vê nele toda essa vilania passiva, aquele cara que você sabe que é ruim, que é capaz de fazer coisas ruins, mas que põe respeito, que tem sua influência, que, agora, tem justificativa para fazer aquilo. Sem contar a cena brabíssima dele criando o Apocalipse, e que conceito massa deles terem pego o Bizarro, sob influência das substâncias do Mannheim, e através dele construírem o Apocalipse. É isso que eu falo, não é fiel aos quadrinhos, mas a maneira como eles brincam com a mitologia do Superman e utilizam de variáveis para criar uma boa narrativa para a série, é isso que uma boa adaptação faz, realmente adapta, faz algo novo a partir de coisas existentes. Aquela cena, com aquela trilha, e depois aquela batalha final que termina num cliffhanger arrepiante, cara, que série boa, que evolução na qualidade, até o CGI deu uma bela evoluída.
Eu consigo dizer que, facilmente, esta terceira temporada de "Superman & Lois" eleva o nível da série, põe ela no hall das grandes séries de super-herói de todos os tempos, ali no top 10 com certeza ela está. Não é apenas uma boa série do Superman, ou uma boa série de heróis, é uma excelente série de família, e uma excelente série no geral. Essa temporada foi nível HBO em qualidade em matéria de storytelling, de narrativa, de desenvolvimento de personagens, existe uma sequência de episódios que são obras-primas, o nível é altíssimo. Se essa série tivesse um orçamento maior, eu não duvido que seria muito mais bem vista, muito bem mais requerida, muito mais elogiada, sem muito preconceito por ser da CW, ou ter um uniforme feio do Superman (aqui tem um upgrade comparado com as duas temporadas anteriores), mas em qualidade, poucas séries de heróis chegam nesse nível. Acima dessa, só "Pinguim", "Demolidor" e talvez "Pacificador", sem exagero, não é estar emocionado nem nada, é algo tão bom e tão legal de acompanhar que eu fico triste que só faltam dez episódios para o final. Assistam, não percam a oportunidade de ver uma ótima série.
Nota - 9,5/10
Nota por episódio:
3x1: "Closer" - 8,5/10
3x2: "Uncontrollable Forces" - 10/10
3x3: "In Cold Blood" - 10/10
3x4: "Too Close to Home" - 10/10
3x5: "Head On" - 10/10
3x6: "Of Sound Mind" - 10/10
3x7: "Forever and Always" - 10/10
3x8: "Guess Who's Coming to Dinner" - 9,5/10
3x9: "The Dress" - 9,0/10
3x10: "Collison Course" - 8,5/10
3x11: "Complications" - 9,5/10
3x12: "Injustice" - 9,0/10
3x13: "What Kills You Only Makes You Stronger" - 9,5/10