Crítica - Vingança & Castigo (The Harder They Fall, 2021)
A volta dos westerns clássicos
Fazia tempo que não tinha um faroeste nesse estilo, desde "Django Livre" do nosso querido Quentin Tarantino, um faroeste no estilo clássico homenageando os clássicos. O filme é meio que uma mistura de tudo que nós cinéfilos gostamos no cinema: história Tarantinesca, anti-herói a là Clint Eastwood, clima de velho oeste tenso e caloroso de John Ford e Sergio Leone, plot twist Shyamalanesco, soundtrack estiloso estilo Edgar Wright e um vilão ameaçador bad-ass no nível de um Anton Chigurh ou Little Bill da vida.
Jeymes Samuel pega tudo isso e cria meio que sua identidade própria na sua estréia no cinema, cria um filme que tem personalidade, que tem tanto seus momentos de adrenalina, tensão, suspense e ação, quanto momentos cômicos e divertidos também, é um filme que tem muito valor de entretenimento, é um filme bom pra passar o tempo, a violência e o tom satírico dele é sensacional, ele é meio Tarantinesco e meio Spike Lee nisso, também é visível um amor ao cinema no geral por parte de Jeymes Samuel, o cara faz várias homenagens no estilo dele ao gênero do faroeste e à autoralidade no cinema, as principais homenagens, claro, aos pioneiros do gênero: John Ford (o homem que inventou os Estados Unidos) e Sergio Leone (o rei do western spaghetti).
Falando dos aspectos técnicos separadamente um pouco, porque merece esse destaque. A trilha sonora é perfeita, a cada cena combina mais, dá um tom mais leve ao filme e é bem estiloso, tem tanto um hip-hop estiloso quanto uma trilha instrumental arrepiante que homenageia os clássicos do gênero. O visual do filme em si é foda, o design de produção com aqueles bares, as prefeituras, as cidades no meio do deserto, é maravilhoso, a construção artística dos figurinos de cowboy e cowgirl, é bem detalhado, faz referência à antigas roupas de outros cowboys famosos do cinema, é tudo muito convincente, não parece um set, o negócio parece realmente um velho oeste, onde através da fotografia dá para sentir o calor das cenas, dá para sentir o cheiro da terra, a imersão no filme por minha parte foi tão grande que chegou nesse ponto.
Falando dos aspectos técnicos separadamente um pouco, porque merece esse destaque. A trilha sonora é perfeita, a cada cena combina mais, dá um tom mais leve ao filme e é bem estiloso, tem tanto um hip-hop estiloso quanto uma trilha instrumental arrepiante que homenageia os clássicos do gênero. O visual do filme em si é foda, o design de produção com aqueles bares, as prefeituras, as cidades no meio do deserto, é maravilhoso, a construção artística dos figurinos de cowboy e cowgirl, é bem detalhado, faz referência à antigas roupas de outros cowboys famosos do cinema, é tudo muito convincente, não parece um set, o negócio parece realmente um velho oeste, onde através da fotografia dá para sentir o calor das cenas, dá para sentir o cheiro da terra, a imersão no filme por minha parte foi tão grande que chegou nesse ponto.
O elenco do filme é perfeito, o Jonathan Majors é maravilhoso, ele faz esse papel do anti-herói com a vida difícil e ele passa muito bem essa vibe de bad boy que é realmente um cara bad-ass, mas também é bastante divertido e engraçado, que sabe brincar, tem uma vibe nele meio Clint Eastwood nas cenas mais sérias e nas cenas mais descontraídas ele é quase um super-herói clássico que sai zombando dos bandidos, quase como um Homem-Aranha do faroeste. O Idris Elba como vilão é incrível, ele fala muito pouco, ele aparece pouco, mas quando aparece ele toma a tela, ele é ameaçador, bota medo no espectador, quando ele chega na tela você pensa: "ferrou", uma das melhores atuações da carreira do Idris Elba. A Regina King como uma cowgirl bad-ass também é foda, se a Trudy tivesse em "Django Livre" o filme teria 1 hora e 20, ela tem todo esse ar de bad-ass, ela passa muito bem e o destaque no rosto dela mostrando dele ser uma pessoa fria, sem sentimentos, mas que causa medo é bom demais, com certeza indicaria ao Oscar. Lakeith Stanfield também tá muito brabo, RJ Cyler, Delroy Lindo, todo o elenco tá bem mesmo, que casting maravilhoso!
Não gostei de algumas coisas, o relacionamento do Nat com a Mary eu achei que foi subaproveitado ficou meio de lado e quando retomava isso ficava meio deslocado da trama porque literalmente só deve ter esse romance no máximo em cinco cenas e também não senti uma química tão forte entre os atores, parecia até um pouco desconfortável em alguns carros momentos ali. Achei também que o filme se estende demais em vários momentos, dando muito foco para coisas que não precisavam e demandam tempo, principalmente na última cena que é uma enrolação do caramba pra terminar o filme, são quase dois minutos para começar os créditos. Mas também não é nada que atrapalhe a experiência completa, continua sendo um ótimo filme.
Um dos melhores filmes do ano e um dos melhores faroestes do século, "Vingança & Castigo" é sensacional, um filme que diverte demais, tem uma boa ação, tem bons personagens, tem antagonistas brabíssimos, tem um protagonista com uma vibe Clint Eastwood, é um filme perfeito tecnicamente falando. Talvez seria aqui a retomada do clássico faroeste? Não sei, tomara que seja e que comece a nova era dos faroestes assim como começou a nova era dos musicais esse ano.
Nota - 8,0/10
