Crítica - A Hora do Mal (Weapons, 2025)
Zach Cregger se estabelecendo como um dos grandes nomes contemporâneos do terror.
Três anos atrás, eu trouxe por aqui a crítica de "Noites Brutais", que foi onde o nosso Zach Cregger foi revelado como um prodígio do terror, e foi, na prática, a sua estreia como diretor, já que seus filmes anteriores foram comédias que ele fez na zoeira com seu amigo lá no final dos anos 2000 (já já falo mais desse amigo), então podemos considerar este como seu segundo longa, já que na prática é mesmo. Enfim, voltando ao foco, eu gostei bastante de Noites Brutais, de como a simplicidade dele entrega um terror eficiente, mas eu tive problemas com ele também, acho que ele se perde ali na metade quando há a mudança de protagonista, e outras coisas que vocês podem ler no meu texto. A questão é: mesmo com problemas, o Cregger demonstrou-se um contador de histórias bem promissor, onde ele já mostra várias ideias interessantes, a maneira dele de construir uma narrativa é muito interessante, então cria mesmo uma pulguinha atrás da orelha para ver o que ele faria na sequência e, bem, cá estamos, com um filme que foi até bem mais elogiado que o anterior, muito mais eu diria, e estabelece o nome de Cregger como uma das grandes promessas de Hollywood, entregando uma das maiores obras do terror do ano, e quem sabe da década.
Numa madrugada, em uma comunidade, exatamente às 02:17 da madrugada, dezessete crianças (de dezoito) que estudam na mesma sala de aula simplesmente se levantaram de suas camas, saíram de suas casas, e saíram correndo, sem nenhuma explicação aparente. Nesse contexto, acompanhamos Justine (Julia Garner), a professora responsável pela turma, que é acusada pelos pais das crianças de ser a responsável pelo desaparecimento; Archer (Josh Brolin), pai de uma das crianças desaparecidas, que fica obcecado pelo ocorrido; Paul (Alden Ehrenreich), um policial envolvido no caso e amante de Justine; James (Austin Abrams), um mendigo drogado que acaba se envolvendo no caso por acidente; e Alex (Cary Christopher), o único aluno que sobrou. Irmão, esse filme é loucura, porque aqui o Zach Cregger acertou bem no que eu tive problemas lá no seu longa anterior. Aqui, existe um motivo para tudo, tudo que parece inútil vai se correlacionando e criando uma história maior no final, entregando um terror daqueles de ficar atento até o último segundo de exibição, onde cada coisa vai sendo fascinante e, claro, assustadora.
Cregger acerta bem no tom de terror, já que ele cria coisas assustadoras por natureza, começar com a narração de uma criança é um exemplo, porque crianças soltando falas macabras de maneira séria é algo que faz qualquer adulto cagar nas calças. Todo o horror daqui vem em forma sobrenatural, é um longa que trata de algo mais puxado para bruxas, fantasmas e zumbis, não exatamente o cerne desses mitos, mas algo similar, que chega a ser tão assustador quanto. É meio que uma mistura de contos dos Irmãos Grimm, com um horror mais sobrenatural usado no cinema contemporâneo e tem uma leve inspiração narrativa em "Magnólia" (1999) e apesar do terror ser o ganha-pão, aquele que vende, acho que o principal que fez funcionar para mim foi a parte do mistério. Pelo o que eu pesquisei, Zach Cregger também teve muita inspiração pessoal para escrever o longa, já que ficou instigado a se envolver no roteiro após a morte de seu amigo Trevor, aquele cujo eles haviam dirigido algumas comédias juntos. Cregger diz que cada um dos personagens tem algo dele mesmo envolvido naquele estágio de luto, e isso é interessante, já que todos os personagens são seres humanos extremamente questionáveis, então é meio fascinante acompanhar como o luto dele fez ele se ver.
A direção do Cregger é interessante, pois ele sabe muito bem intercalar essa parte do horror e do mistério, criando diversas camadas muito interessantes por aqui, onde a parte superficial é muito boa, mas o subtexto também é excelente. Aqui, eu acho até a camada superficial melhor que o subtexto, mas acho que essas escalas inferiores são o que deixam a obra mais completa, passa a sensação de que foi melhor pensada. No grosso, a trama sobrenatural acaba sendo muito instigante e somada à estrutura não-linear, acabou sendo uma boa combinação, já que é quase um quebra-cabeça sendo montado. Honestamente, quando começou a pipocar um monte de subtramas de personagens aleatórias, confesso que me desconectei, qualquer filme me perde um pouco ao fazer isso, confesso, mas aqui foi um encaixe sublime, porque a forma que as tramas se encaixam é muito bem pensada pela direção, como ele vai enfiando essas tramas e dando profundidade que cria uma situação muito maior do que precisava ser, mas torna-se melhor do que iria ser. Essas diversas versões diferentes que vão se relacionando tem um quê de "Stranger Things", e a inspiração assumida em "Magnólia" que já havia mencionado, e isso traz algo que faz com que você se importe um pouco mais, que crie uma aproximação com o espectador e acho que é o que mais puxa para cima.
Como eu falei, as camadas inferiores tem um subtexto bem interessante, que não são lá grandes coisas, mas também não precisam ser, pois só o pequeno complemento que eles fazem é suficiente para tirar muita coisa daqui. Vi muita gente reclamando que não é um filme "inteligente", que os fãs de terror estão se contentando com o pouco e com o raso, mas, as mesmas pessoas que reclamam disso, na minha cabeça, são as mesmas que acham inteligente um longa do Christopher Nolan onde a cada conceito novo, tem que vir um personagem dentro da obra (no que eu gosto de chamar de papel de Nolan) para explicar aquilo por cinco minutos. Esse é o tipo de coisa que o Zach Cregger evita ao máximo e para mim é um grande acerto da direção, já que ele nunca explica literalmente o que é esse mal que ele está trabalhando, cabe a nós usar o cérebro para ir montando esse quebra-cabeça e tentar tirar algumas conclusões, essa ambiguidade é um acerto completo do Cregger. O que é a vilã desse filme? É uma bruxa? Um ser folclórico imortal? Ou só uma velha que faz voodoo? Que aprendeu a fazer bruxaria? Nunca sabemos, ele não dá a mínima para isso, e é isso que faz longa viver mais tempo na sua cabeça, sendo esse só um dos exemplos, pois vai mexendo com a sua mente de um jeito que te força a pensar mais.
Ainda nessas camadas de baixo, chegamos ao título: por que diabos o nome do filme é "Weapons"? Em tradução literal significa "armas", e aqui eu confesso que eu gostei mais do título brasileiro, "A Hora do Mal", pois refere-se ao horário 02:17 em que começa o grande mistério do longa, e dá uma instigada muito maior do que "Weapons", apesar de soar um título bem genérico por aqui em terras brasileiras, já que a cada 10 filmes de terror, 7 são "alguma coisa do Mal". No entanto, o título "Weapons", quando você pega a visão do que ele significa ali para o final do longa, torna-se um título muito bom, já que é como a vilã, Gladys (Amy Madigan) usa tudo e todos a sua volta, como armas. Simples, eficaz e bem feito. Até tem uma cena onde eles colocam num pesadelo uma arma gigante para tentar explicar alguma coisa, já que é feito para o povo burro americano e eles não gostam de pensar muito. Gosto também de como é um conceito subjetivo, já que a maneira na qual ela usa as crianças como armas também é uma correlação com a influência que a internet tem com as crianças e como os pais são negligentes em um certo ponto para não jogar o que os próprios filhos estão fazendo. Ok, eu acho necessário a privacidade, ter uma noção de não ficar sendo autoritário e controlador, mas quando se trata de uma criança na internet, com um celular na mão, YouTube, é necessário dar uma filtrada nos conteúdos que ela assiste, porque achar uma Gladys, uma velha que exerce influência no que as crianças fazem até mesmo sem elas perceberem, não é difícil. Eu acho isso muito interessante, pois até o próprio Archer, personagem do Josh Brolin, é negligente ao ponto de não saber que o filho dele é um bully (e essa reviravolta é excelente, você saber que estava torcendo para o pai do moleque babaca, é um pequeno choque).
Esse mistério todo é muito bem construído, mas eu tenho apenas um problema com esse filme na questão narrativa: bem, sumiram todas as crianças menos uma... Por que ninguém na investigação desconfiou de alguma coisa envolvendo a criança que sobrou? Isso me incomodou o filme todo, pois eu já tinha deduzido desde a primeira cena que esse remanescente tinha alguma coisa a ver, lógico que eu nunca imaginar que tinha alguma coisa a ver com bruxaria, eu não sou um gênio para deduzir tamanha plot, mas pô, sério que ninguém achou estranho só ter sobrado uma? Ninguém quis investigar mais a fundo? A polícia foi lá e tal, foram despistados pela Gladys, ok. Mas esse personagem do Josh Brolin, por exemplo, deveria ter desconfiado muito antes que esse guri que sobrou tinha alguma coisa a ver. Não era tão difícil, mas nenhum personagem pensou nisso pelo visto. Claro, existe todo aquele negócio, de proteger a criança dessa situação e tal, eu entendo. Contudo, é muito estranho eles terem visitado a casa dos pais dele e nenhum deles estar lá, só ter uma velha esquisita junto de um molequinho de nove anos, o que para mim já é motivo suficiente para desconfiar que tinha alguma coisa errada ali. Creio eu que esse é meu grande problema com o filme, tem outras coisas menorzinhas, mas que acho que não importa tanto para o texto, vamos seguir na vibe de falar bem, mas esse é um ponto que eu gostaria de pontuar, porque realmente era algo um pouco óbvio e ninguém buscou saber mais sobre.
Indo para falar dos personagens, eu gosto de como todos tem uma área cinzenta, nenhum é totalmente bom e nenhum é totalmente mau, e como Cregger assumiu que cada um tem alguma faceta dele, é interessante de analisar o que cada um deles é. Justine, a professora, é uma profissional amigável, boa com crianças, um amor de pessoa, mas ao mesmo tempo tem seus problemas com álcool e é viciada em seduzir seu ex, que já está em outro relacionamento. Archer é um pai bem daqueles de "american way of life", do arquétipo do homem trabalhador, que sustenta a casa, é empreiteiro, aparentemente um cara pacato, mas ele é paranóico, ele se afasta da esposa, fica viciado no caso do sumiço das crianças, e como eu falei anteriormente, ele era um pouco negligente como pai ao não saber que seu filho era o bully da criança que restou. Paul é um policial, um cara que trabalha buscando fazer o bem, um ex-alcoólatra em recuperação, mas que é o maior desgraçado dentre esses daqui, porque ele trai a mulher (mas, meu mano, eu confesso que se a Julia Garner me desse mole daquele jeito, eu não seria um homem melhor do que ele não), agride um sem-teto e ainda por cima, usa a vantagem do sogro ser seu chefe para se safar de algumas besteiras que ele comete no trabalho. E tem o coitado do James, o mendigo, que cai de paraquedas nessa história e é o que mais se ferra talvez, pois aparentemente ele é inocente, ele é só um moleque que não tem mais nada e quer dinheiro para sustentar o vício em drogas, e do nada esse maluco está envolvido numa história de bruxaria e vira um zumbi controlado pela Gladys. No início, achei bem aleatório o foco nele, mas ele termina por ser o personagem mais importante para o andamento da narrativa, de certa forma.
Na atuação, acho que também está todo mundo num ponto muito acertado, o elenco é muito bom, mas existem alguns que se destacam. Começando pelo Josh Brolin, que bem, é um papel bem padrão, onde tem esse arquétipo do homem de família provedor, um pai preocupado com o filme, e ele consegue passar essa vibe muito bem, ele tem ali a presença necessária para esse tipo de papel, mas, é um papel bem comum, nada extraordinário ou diferente do que esperamos do ator. O garotinho também é muito bom, o Cary Christopher, ele consegue passar bem o medo que existe naquela figura do Alex, a forma como ele abaixa a cabeça com o receio do que aconteça com ele e com os seus pais, ele é o maior coitado dessa história e você sente muita pena dele. Eu gostei do Alden Ehrenreich, ele que está crescendo em Hollywood e mandando muito bem em diversos filmes nos últimos anos, até o próprio "Oppenheimer" (2023) ele foi um dos melhores personagens, e agora ele faz esse policial mentalmente instável, um cara de pavio curto, cansado, ex-alcoólatra, ele tem uma aura de derrota, ele se sente derrotado e ele não faz praticamente nada para tirar isso dele, ele trabalha de forma preguiçosa e covarde, onde teme por qualquer coisinha causar sua demissão, já que seu chefe também é seu sogro. Esse é o personagem menos adorável que tem por aqui, ele é o que mais você torce para que seja pego pela ameaça em alguma hora, apesar dos problemas dele, o cara traiu a esposa loira peituda, bateu num mendigo e é negligente quanto às crianças desaparecidas. O Ehrenreich é muito bem em construir essas imperfeições do Paul, pois ao mesmo tempo em que ele é um babaca, tudo que ele faz é totalmente justificável ao mesmo tempo, por mais que a moral seja questionável, e isso é um dos exemplos da ambiguidade bem construída do Cregger por aqui.
Falando agora dos destaques, outro ator que mandou muito bem foi o Austin Abrams, que interpreta o mendigo James, e esse moleque foi muito bem, já que o personagem dele é totalmente aleatório, ele está totalmente alheio no meio desse bololô todo. Ele interpreta muito bem o retrato da desgraça que esse cara vive, ele é viciado, não tem nada, não tem casa, mora numa barraca no meio do mato, ele só busca a próxima dose, e ele sai roubando para tentar penhorar e com o dinheiro comprar mais droga, e como ele cai de paraquedas chega a dar pena. Ele não deveria ser um personagem que você goste, ele é um fracassado, ferrado, drogado, mas o fato dele estar ali como passageiro dá pena. Ele também tem uma aura de derrota, assim como o Paul, e é até por isso que é interessante colocar o arco desses dois personagens juntos, já que são dois níveis diferentes de derrota que acabam se completando, onde são dois reféns das próprias decisões, onde um luta contra e ainda tenta se reerguer, e o outro já está totalmente perdido e sem esperança. Temos também a "protagonista" do longa, a Julia Garner, que está fantástica. Primeiro que eu acho que ela tem um arquétipo feminino muito forte, ela é loirinha, bonitinha, fofinha, mas ela também é meio problemática, tem questões com álcool, ficha por dirigir bêbada e ainda fica seduzindo o ex casado. Segundo que a Julia Garner foi uma escolha perfeita para o papel, já que ela tem todo um jeitinho muito "angelical", ela soa perfeitinha até demais, e a quebra desse estereótipo, mas ainda se mantendo dentro dele, é muito bem construída pelo Cregger. Ela é ótima em demonstrar o nervosismo, a angústia e a ansiedade que a personagem tem nessa situação, a maneira na qual ela quer resolver, mas que é uma situação muito complicada na qual ela tenta não se envolver, mas não consegue ser negligente. Ela carrega o longa magistralmente quando necessário, no início e no fim.
Porém, meu irmão, o grande destaque do filme como um todo é a personagem da Tia Gladys, a vilã do longa, interpretada pela Amy Madigan. Primeiro que eu gosto muito da ambiguidade da personagem em si, já que não tem nada nela que é totalmente certo. Ela é realmente uma parente da família do pequeno Alex? Qual o grau de parentesco dela? Ela é uma bruxa de verdade? Ela é uma velha que descobriu a bruxaria? Ou é realmente uma criatura mitológica com centenas de anos? Qual a motivação dela? Praticamente nada é respondido, apenas essa da motivação, que é a questão da vitalidade dela, algo totalmente simples, mas extremamente eficiente para o funcionamento narrativo. Vi reclamações de que este não é um filme inteligente e que os fãs do gênero estão se contentando com pouco, mas as mesmas pessoas que falam isso, acham que o Nolan explicando todas as cenas uma atrás da outra é genial, e aqui a inteligência do Zach Cregger é essa falta de satisfação. Se você não gosta de pensar, esse filme não é para você. Até a própria construção da Gladys pela Amy Madigan é ambígua, você não obtém nenhuma resposta, e é isso que deixa ela grandiosa, interessante. A maquiagem dela toda borrada, o jeito dela de se fazer de velha louquinha, para causar a distração sobre o que ela realmente é e faz, cara, é muito interessante. Também curto a influência de contos de fadas que existe aqui, de pegar um conceito e modernizá-lo, é quase uma adaptação de "João e Maria", eu achei isso muito legal. A maneira na qual ela transita entre as personalidades é assustadora. Cara, uma pena que ela não vá concorrer a grandes prêmios, porque isso aqui é a atuação de uma carreira.
Também curto como o Cregger constrói toda a vibe desse universo através da parte técnica, que acaba sendo um destaque. A fotografia sombria, o uso de tons mais escuros, remete a um sentimento de suspense, de mistério, cria um tom enigmático, especialmente como é filmado dentro da casa da família Lilly, que envolve o espectador naquela obscuridade do que vem rolando. A maquiagem também é sensacional, existe todo um trabalho aqui na personagem da Gladys em duas etapas, porque tem ela na skin social, da velha esquisita de peruca, maquiagem borrada, rosto branco, e tem ela na versão caquética, careca, toda arrebentada, e nenhuma das duas parece com o que a atriz realmente se parece na vida real, e aí é uma prova do baita trabalho que eles tiveram. Outro exemplo no mesmo setor é o que eles fazem com o Benedict Wong em uma determinada cena, onde consegue ser assustadora e verossímil ao mesmo tempo pela situação que ele havia passado, essa maquiagem esporádica também se repete de maneira excelente posteriormente com outros atores, então é um baita acerto do longa. Todo filme de terror que preste, terá um trabalho de maquiagem impecável, essa é a regra de Hollywood atualmente.
Encerro falando que "A Hora do Mal" é surpreendente positivamente, eu já esperava que viesse algo bom por aqui, mas ele me causou uma grata surpresa quanto a eu não saber de absolutamente nada e ser bastante surpreendido pelo o que o filme retrata e trata. Ele funciona muito bem em diversos pontos, ele é ótimo na camada superficial, mas há uma camada inferior repleta de pequenas mensagens e subtextos que funcionam muito bem como um complemento, engrandecendo a obra e deixando-a mais completa em pequenos detalhes. Nem todo detalhe é explicado, já que a ambiguidade é outro ponto focal em que Zach Cregger acerta com maestria, nos deixando com o filme vivo muito mais tempo na nossa cabeça do que naturalmente ficaria. Por enquanto, uma evolução notável dele como diretor e roteirista, que acaba nos entregando um dos grandes filmes de terror desse ano que está lotado de obras do gênero chamando a atenção positivamente, e um dos melhores do ano no geral, onde torna-se, desde já, bastante icônico e memorável.
Nota - 8,5/10