Crítica - Homem-Formiga (Ant-Man, 2015)

O "menor" filme de super-herói de todos os tempos! (Essa foi ruim, desculpa).

Homem-Formiga, que apesar de ter a habilidade de encolher, é um dos maiores heróis da Marvel, nos quadrinhos é um membro fundador dos Vingadores, o criador do Ultron e também um dos heróis-chave para os quadrinhos, o seu alter-ego mais famoso (antes do filme, obviamente) era o Hank Pym, o Homem-Formiga original (que também já foi Gigante, Golias, Jaqueta Amarela e o Vespa), no filme eles dão uma amenizada, mas nos quadrinhos, o Hank Pym é uma pessoa horrível, ele testa várias combinações químicas em seu corpo e acaba desenvolvendo uma dupla personalidade sombria e impiedosa (o Jaqueta Amarela) e com isso, uma dessas atitudes foi espancar a esposa em um dos atos mais chocantes da história das HQs, considerá-lo um herói depois disso é até meio difícil para mim. No filme eles tem uma decisão corajosa de colocar o Scott Lang, que nas HQs é o sucessor do Hank Pym como Homem-Formiga e sinceramente acho que foi uma decisão acertada, pois o Scott é um personagem de fácil identificação, ele é um cara que só quer tudo do bem e do melhor para a filha, o Hank Pym é um cientista que só fala de ciência 24 horas por dia, tem atitudes muito pretensiosas e é meio sombrio, ninguém se identificaria com ele além de outro cientista maluco, o Scott é um personagem divertido, carismático, é pai, ele é passivo, é mais fácil o público gostar dele do que o pé no saco do Hank Pym como protagonista, acho que colocar o Hank como o mentor foi a única forma de encaixá-lo no filme e fazer o espectador ter o mínimo de simpatia com ele. Muito nerd e cinéfilo chora até hoje porque esse filme teria a direção de Edgar Wright, mas ele teve problemas criativos com o Kevin Feige e foi demitido (até porque ele não era um diretor novato que caiu na lábia do Kevinho) e então o filme foi passado para Peyton Reed, diretor de filmes de comédia, mas nunca de um filme de ação e para uma estréia em filmes de ação ele até que vai bem, ele sabe filmar as cenas de ação e tem uma boa noção de espaço, nas cenas onde o Homem-Formiga tá diminuído ele sabe bem dar uma noção de como o Homem-Formiga tá vendo as coisas, ele sabe trabalhar o medo dele na primeira cena onde ele se transforma e depois vai mostrando o como ele vai se acostumando com aquela visão de universo enquanto ele está pequeno e como ele sabe usar os objetos ao lado para ajudá-lo na missão.

Esse filme inclusive, na minha opinião, tem uma das batalhas finais de filmes de heróis mais inusitadas e também uma das mais legais, é o Scott usando as Partículas Pym à seu favor aumentando as coisas em um quarto de criança, então vemos algumas coisas aumentando e os rivais lutando utilizando brinquedos infantis e a quebra de expectativas nessa cena é sensacional, várias vezes o Reed usa a questão de espaço para enganar o espectador (especialmente onde parece que o brinquedo do Thomas e Seus Amigos vai destruir a janlea e cai igual uma sacola). Eu gosto também de como o Peyton Reed trabalha os relacionamentos no filme, especialmente entre o Hank e o Scott, a relação entre o Hank e o Scott de mentor e aluno eu acho muito boa, o Michael Douglas tem cara de sábio com óculos e cavanhaque grosso, eu acho interessante na atuação dele que ele transmite que ele viveu tudo que o Hank das HQs viveu, sendo as coisas boas e sua paixão pela ciência e também os seus momentos sombrios e de loucuras (sem a parte do Ultron), o Paul Rudd como Scott também é muito bom, é um encaixe de papel muito bem feito e ele também sabe demostrar bem o que o Scott é, um cara comum que se preocupa com a filha acima de tudo e que apesar de ter feito algo ruim, não é mau-caráter e ele funciona muito no papel de aprendiz. Também gosto muito da relação do Hank e da Hope (acho que até mais que a do Hank e do Scott), a Hope é brigada com o pai, ela tem problemas questionáveis (e compreensíveis) com ele desde a morte da mãe dela e ele só estava tentando protegê-la, inclusive eu fiquei com muita dó do Hank quando ele revela que tudo que ele fez foi pelo bem dela e para achar a Janet, nessa cena até mostra que ele tem empatia pelo Scott em relação a filha dele. Eu também adoro os efeitos especiais do filme, em relação ao rejuvenescimento facial do Michael Douglas no filme, é absurdo, foi assustador na época (depois esse efeito é usado novamente em "Capitão América: Guerra Civil", "Vingadores: Ultimato" e vai ser utilizado também em "Homem Aranha: Sem Volta para a Casa") e também os efeitos do mundo quântico e das formigas merecem destaque, são de uma qualidade altíssima e o do mundo quântico especificamente é muito maluco a invenção de mundo e a cena é alucinante, também tenho que dar destaque para a armadura do vilão que é muito bem feita e o visual moderno e baseado na armadura do Homem de Ferro é muito bom. Mas eu não gosto do vilão, é idêntico ao dos quadrinhos pelo menos em premissa, mas o Corey Stoll não dá conta, ele tá muito mal, sendo só o vilão risadinha muahaha sem graça que não apresenta ameaça alguma e ele parece mais o Hank Pym dos quadrinhos que o Darren Cross, eu achei bem fraquinho, ele não tem peso algum.

Finalizando o texto por aqui, antes só uma curiosidade: quando o Luis Pena foi anunciado no elenco, ele foi anunciado sem o personagem e na época, uma revista disse que ele interpretaria um vilão em um flashback, esse vilão se chamaria Castillo, alguém do governo de Cuba que seria um rival de Hank Pym (que nos anos 60 se uniu ao governo estadunidense contra o comunismo em Cuba) e que no futuro um dos descendentes ou pupilos desse Castillo ia ser o vilão do filme, não sei daonde tiraram essa viagem, dá até vontade de rir. "Homem-Formiga" é um filme que é bem simples, mas é aquele filme arroz com feijão gostoso de ver, é divertido, é engraçado, os personagens tem muito carisma, tem vários problemas, mas eu acho super divertido.

Nota - 7.5

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