Crítica - Homem-Formiga e a Vespa (Ant-Man and the Wasp, 2018)

O filme mais subvalorizado da Marvel!

Depois do primeiro filme que fez um bom sucesso, temos aqui a continuação, dessa vez o primeiro filme da Marvel entitulado com o nome de uma super-heroína. Falando um pouco sobre o background da Vespa nos quadrinhos para contextualizar, nos quadrinhos a Vespa original é Janet Van Dyne, filha de um cientista renomado que morreu e ela foi trabalhar com o Hank Pym e depois o Hank revela para ela que é o Homem-Formiga e chama ela para ajudá-lo, nos quadrinhos porém, ela não usa uma armadura e as partículas Pym igual no filme, ela tem as células alteradas e ganha os poderes, ela nos quadrinhos é uma personagem mega importante, tanto que é ela que cria o nome "Vingadores" e também é um dos seres humanos mais bem sucedidos das HQs da Marvel. No filme eles colocam a Hope como Vespa, algo que já esperávamos e já sabíamos desde o primeiro filme, nos quadrinhos a Hope existe, mas no 616 (que é o universo principal) ela é insignificante, no universo MC2 ela é a Rainha Vermelha, uma vilã, mas vendo o desenvolvimento dela durante todo o filme anterior e durante esse filme, faz mais que todo o sentido ela ser a Vespa principal do MCU e considero uma das melhores adaptações para o MCU. Depois de vocês já saberem mais sobre a personagem, vamos falar agora do filme em si, vendo o filme eu só consigo pensar que a ideia desse filme surgiu com o Kevin Feige chamando o Peyton Reed e falando: "olha só cara, você vai fazer esse filme do jeito que você quiser, pode botar o que você acha melhor, adiciona qualquer personagem dos quadrinhos que você queira, faz qualquer coisa aí porque ninguém vai querer ver esse filme depois do final do Guerra Infinita, então você tem toda liberdade criativa", na minha cabeça foi assim, o Peyton Reed vai lá e faz um baita filme de herói autoral com uma aventura incrível de acompanhar, situações de comédia absurdas e com um liberdade para fazer o absurdo que ele quisesse, esse filme me lembra o "Guardiões da Galáxia Vol.2", onde a aventura vai aumentando durante o filme e o número de personagens vai aumentando o tempo inteiro, esse filme é uma loucura que eu achei deliciosa de assistir, depois do final bastante impactante do "Vingadores: Guerra Infinita" precisávamos realmente de um respiro nesse universo, com um filme mais pipocão que não deve ser levado a sério e que qualquer coisa pode acontecer, para mim é um dos filmes da Marvel que mais funciona em sua proposta principal.

Acho o timing cômico do filme muito certeiro, sempre tem boas piadas no tempo certo, tem algumas piadas forçadas? Tem, mas todo filme da Marvel tem, aqui é só mais um, gosto muito do alívio cômico dos amigos do Scott, que são trapalhões que funcionam bem e a cena do soro da verdade é uma das cenas mais autorais do filme e uma das mais engraçadas do MCU, é muito bom eles tentando mentir e saindo a fala toda errada, eu acho isso muito engraçado, essas cenas de comédia envolvendo erros, também tem a cena que o Scott chora lendo "A Culpa é das Estrelas", isso é a coisa mais engraçada do universo. Quando eu falo que o Peyton Reed tem liberdade para fazer o absurdo que quiser, ele abusa desse recurso, extrai o máximo desse universo do Homem-Formiga que ele pode e cria situações engraçadíssimas e inesperadas, como o regulador do Scott quebrar e ele ficar no tamanho de uma criança de cinco anos, ou o fato do Hank Pym usar as partículas Pym para encolher tudo que é dele, incluindo o prédio e ele usando de mala (isso é incrível kkkk - inclusive a cena do Luis aumentando o Hot Wheels representa o sonho de todos quando criança). Gosto muito de como os laços aqui são estabelecidos, o desenvolvimento dos personagens aqui é bem feito, principalmente o da Hope e do Hank, com a adição da Janet na trama principal os personagens são melhores trabalhados, dá para entender melhor as motivações deles até no filme anterior, o Hank é só um cara apaixonado tentando trazer sua esposa de volta e a Hope é só uma mulher que sente falta do amor materno que ela perdeu de forma precoce e a Michelle Pfeiffer como Janet foi o casting perfeito, ela passa todo o ar da Janet dos quadrinhos, mesmo que não tenha os mesmos rumos das HQs, ela consegue demonstrar que já vivenciou muita coisa que a Janet das HQs viveu e a química dela com o Michael Douglas é absurda, é a reunião de dois titãs do cinema dos anos 80 e 90 e os dois funcionam muito bem juntos, eles nunca haviam trabalhado juntos antes, mas é incrível o quanto os dois se entendem e se completam. Acho a vilã do filme boa, não é muito boa, mas também não desgosto dela, ela tem boas motivações, a motivação dela é querer viver, é uma personagem que você empatiza com a história dela, é a uma das duas partes dramáticas do filme, é uma cena que o filme assume um tom melodramático proposital e funcional, porque é o único jeito de colocar uma história imensamente triste em um filme de comédia, só não curto muito porque é uma personagem irritante, a atriz tem uma cara de chata que não convence muito, parece que ela não gosta de estar ali, com todo respeito a atriz, mas bem que ela poderia ter se esforçado mais em um filme da Marvel. Tem a participação do Laurence Fishburne no filme também, fazendo o Dr. Bill Forster, nos quadrinhos conhecido como Golias Negro que na história do Guerra Civil nos quadrinhos é um personagem fundamental e é um dos heróis da Marvel que em algumas histórias é incrível e em outras é meio bosta.

Finalizando o texto aqui mesmo, não tenho muito mais para falar, só antes gostaria de destacar uma curiosidade que eu deveria ter colocado no texto do primeiro filme, mas só fui saber depois de ter escrito, é que a Janet e o Hank estavam nos planos para estarem no primeiro Vingadores, mas eles foram removidos porque o Joss Whedon tinha ódio dos personagens, sabe o ódio que você tem por aquele filme que todo mundo gosta e você não sabe o por quê? Pega esse ódio e triplica, é o ódio que ele tem pelos personagens, acabou substituindo eles pelo Gavião e pela Viúva porque eles já estavam no universo. "Homem-Formiga e a Vespa" em minha humilde opinião é o filme mais subestimado da Marvel, é um filme que a liberdade criativa do diretor extrapola os limites e temos resultados hilários e divertidos de assistir, eu adoro esse filme, é um filme simples, mas que com as situações extremamente absurdas e irreais que o diretor adiciona acaba ficando sensacional, além disso tem um baita desenvolvimento de personagem e de relações, além de ter o encontro de dois grandes atores e uma formiga tocando bateria. Eu adoro esse filme, estou "vulgarizando" ele aqui, me tornando o que mais critiquei, mas tô nem aí, filme incrível que merece uma segunda chance.

Nota - 8.0

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