Crítica - Karatê Kid 4 - A Nova Aventura (The Next Karate Kid, 1994)

Pura lavagem de dinheiro.

Vocês pensam que é de hoje que Hollywood tenta extrair o máximo possível de suas franquias mais famosas até não sobrar uma gota do suco do sucesso? Que nada! Hollywood é assim há três, quase quatro décadas. Uma das primeiras vítimas desse desgaste de franquia foi justamente Karatê Kid, que depois da trilogia com o Daniel-San (que gerou dois filmes indiscutivelmente clássicos e um divisivo), tentou trazer o Sr. Miyagi (Pat Morita) para ter uma nova pupila: Julie (Hilary Swank), uma menina tão irritante, provocante e chata quanto o Daniel-San no primeiro filme. Esse filme já começa ruim na premissa: Sr. Miyagi viaja a outra cidade para ser homenageado por seus serviços prestados para o Exército Americano, mas a mulher de seu antigo companheiro não sabe pôr juízo na neta, compra uma passagem só de ida para algum lugar e deixa o Miyagi cuidando da garota. Se você tem mais que 11 anos e considera isso minimamente legal e não um insulto à sua capacidade cognitiva, você tem que ter um coração muito aberto e livre de ódio.

Primeiro, o filme tenta de toda e qualquer forma sexualizar a Hilary Swank que devia ter entre 16 e 17 anos durante a gravação do filme, sempre a pondo roupas justas, apertadas, com várias amostras de pele, tentando sempre valorizar os peitos dela e no final um vestido com um decote gigante e uma saia curta. Eu não tenho problema se quiser sexualizar uma personagem, tanto faz, dependendo da proposta do filme talvez até funcione, mas é que nesse caso é muito errado, primeiro logicamente por se tratar de uma menor de idade e segundo porque é muito forçado, não dá para ver uma cena com ela cujo suas mamas não tenham um foco enorme e nem um gigante close na sua bunda. Pelo menos a Hilary Swank é carismática e tenta salvar o filme minimamente, ela tem cenas bonitinhas como a do Louva Deus e a dela sendo babá, onde você se afeiçoa pela personagem facilmente e a evolução dela no filme é notável e funcional na sua performance, é a única personagem do filme que dá para gostar.

O filme tenta estabelecer um relacionamento romântico com um cara genérico cujo o nome não me lembro porque ele é completamente inútil e tem um desenvolvimento (ou a falta dele) nesse cara e uma espécie de exército e no final tem a grande briga que não tem nada a ver uma coisa com a outra, são só personagens inexpressivos contra personagens inexpressivos e ainda tem o pior uso de Sr. Miyagi da história. O que aconteceu com o Pat Morita nesse filme? Ele tá completamente bisonho nesse papel, além dele ficar o filme inteiro com um baita cara de tarado (o que faz um casamento perfeito com a sexualização da Hilary Swank, gerando uma brilhante comédia não-proposital), cara, a performance dele é uma das coisas mais estranhas que eu já vi, as caras e bocas que ele faz e aquela amizade com os monges é impossível de segurar a risada, os monges também são bastante ridículos e você ri do alívio cômico deles porque é bizarro, tem cena de dancinha e eles também tem jeitos e rostos de pervertidos que são inegáveis. Esse filme é um desastre.

"Karatê Kid 4 - A Nova Aventura" é um filme que não tem quase nenhuma qualidade, é um filme extremamente estranho, bizarro, é nojento e repulsivo de certa forma, não passa de uma lavagem de dinheiro de Hollywood. Vendo pelo lado bom: se esse filme não tivesse acontecido, Hilary Swank não teria sido revelada, logo ela não teria feito "Meninos Não Choram" (1999) e não teria ganhado o Oscar, se ela não tivesse feito esse outro filme, Clint Eastwood não a chamaria para fazer "Menina de Ouro" (2004) e não teríamos essa obra-prima, então, essa é a única qualidade desse filme.

Nota - 1,0/10

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